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sexta-feira, maio 17, 2024

Investimentos e a perspectiva econômica do modelo ZFM foram alguns dos destaques no quadro ‘Debate Político’, com o superintendente da Suframa, Algacir Polsin

Na ocasião, Polsin falou sobre as perspectivas futuras para o modelo Zona Franca e as atividades que vem sendo desenvolvidas pela autarquia com o intuito de reforçar e complementar o desenvolvimento do Polo Industrial de Manaus 

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Os avanços e os desafios do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) foi o tema abordado no quadro “Debate Político”, do Portal O Convergente, da última quinta-feira, 14/10, com superintende da Zona Franca de Manaus (Suframa), Algacir Polsin. Na ocasião, Polsin falou sobre as perspectivas futuras para o modelo Zona Franca e as atividades que vem sendo desenvolvidas pela autarquia com o intuito de reforçar e complementar o desenvolvimento do Polo Industrial de Manaus (PIM).

Polsin abriu a conversa, com a apresentadora e jornalista Izabel Guedes, destacando a historia do modelo ZFM que nasceu da tríade do comércio, da indústria e do agropecuário, e que hoje tem maior destaque no setor industrial. Além disso, ele falou sobre as ações do órgão para buscar incentivos com a intensão de diversificar o setor no Estado. Dentre as ações, o superintendente enfatizou os projetos para o avanço na área de Bioeconomia.

“Além de reforçar o PIM, nós procuramos diversificar as indústrias. Temos que avançar na área da Bioeconomia, e nesse tocante, nós vamos abranger a região como um todo. Fizemos mudanças nesse sentido buscando criar melhores condições para que tenhamos indústrias em toda área da Suframa, que é a Amazônia Ocidental, que abrange Roraima, Amazonas, Rondônia, Acre e Santana do Amapá, em Macapá. Então hoje em dia aquela empresa que fizer uso da matéria-prima regional de origem vegetal ou agrícola, ela vai zerar seu Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e vai ficar com crédito presumido para quando tirar o material da área incentivada”, explicou.

O superintendente da Suframa explicou que além do incentivo a Bioeconomia, a autarquia também está atuando e estudando estímulo em diversas outras áreas, como o setor de Turismo.

“Temos projetos pela frente, como Zona Franca de portas abertas, para abrir algumas indústrias, aquelas que forem voluntárias, para que possamos contribuir na atração de turismo, para que possamos levar a população de Manaus, os nossos jovens, e também trazer para cá aquelas pessoas que são formadoras de opinião, parlamentares, imprensa, e tantas outras pessoas que precisam conhecer o PIM, e nos ajudarem a fortalecer cada vez mais esse modelo”, disse.

Outros setores econômicos – Durante a conversa, Polsin enfatizou que a indústria, como principal economia da ZFM, não pode ser descartada, mas é preciso buscar outros setores econômicos.

“O nosso grande diferencial é que nós não temos que competir com ninguém. Temos a nossa biodiversidade. Essa é uma característica nossa e temos que tirar proveito disso. A vertente da Bioeconomia é muito importante, tem um potencial muito grande, não para substituir o PIM, mas para complementar o desenvolvimento. E a grande vantagem que tem a Bioeconomia é que ela não vai ficar restrita somente a cidade de Manaus, nós podemos interiorizar a riqueza, estabelecer cadeia produtiva e levar a melhoria da qualidade de vida para a nossa população”, pontuou.

Aumento do faturamento – Em relação ao faturamento nominal acumulado do PIM que chegou a R$ 87,37 bilhões nos sete primeiros meses de 2021, o que representou um aumento de 52,51% em comparação ao valor alcançado de janeiro a julho do ano passado (R$ 57,29 bilhões), Polsin explicou que quatro aspectos foram impactantes para esse resultado mesmo em meio à pandemia.

Um dos aspectos, segundo ele, esta relacionado às políticas do Governo Federal com os benefícios fiscais de emergência e algumas mudanças na legislação. Outros fatores que contribuíram com esse faturamento foi a mudança de hábito dos brasileiros, que ao ficarem em isolamento durante a pandemia da Covid-19, utilizaram a verba, usada muitas vezes em viagens e lazer, na compra de objetos eletrônicos para as casas. O que gerou o aumento da demanda das indústrias.

A atuação do Governo Estadual e da Prefeitura de Manaus, na criação de condições para que o setor industrial continuasse o trabalho mesmo nos períodos mais críticos da pandemia, também teve grande contribuição.

“A população mudou os hábitos. Não foi viajar para fazer turismo, ficou com o dinheiro na mão e dentro de casa comprou o que precisava. Isso fez aumentar a demanda do PIM. Nós tivemos nos primeiros sete meses do ano um aumento maior que 50% que a produção e o faturamento do ano passado. Temos um aumento significativo e vemos, mesmo com as dificuldades logísticas internacionais, positivos os dados”, explicou ele ao pontuar que mesmo com o crescimento e as demandas reprimidas de alguns setores em função da pandemia, que afeta a chegada de alguns insumos ao Estado, a tendência é de mais aumento até o final do ano.

Perspectiva e perdas – O superintendente da Suframa informou que em 2020 e 2021, sete indústrias deixaram o PIM, por motivos internacionais de política das próprias indústrias. Em contrapartida 37 empresas foram implantadas no Polo Industrial e outros projetos de implantação de novas linhas de produção já foram aprovados pelo conselho da Suframa.

“Nós vemos um aumento, e que o PIM demonstrou resiliência e está portentoso e visualizando um futuro positivo aí pela frente. Nós vemos também crescimento na parte de empregos. Hoje nós estamos com uma média de 102 mil empregos, que vai variando de acordo com a com a sazonalidade. Então, nós vimos que em um ano houve um aumento de emprego direto superior a 10%. A tendência é de aumento, a tendência é positiva”, declarou.

CBA – Durante a conversa, Algacir Polsin destacou as ações do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), unidade gerida pela Suframa, que tem a capacidade para potencializar a Bioeconomia e complementar a ação de outros atores.

“Nós estamos buscando integrar com o CBA toda a área produtora do conhecimento. Universidades, Centros Tecnológicos, buscando aquilo que já pode virar negócio, integrando com as empresas, com os empreendedores e ao mesmo tempo temos buscado, por meio de vários jogos potencializados, as cadeias produtivas. E aí sim girar a bioeconomia. Então o CBA tem condições de apoiar as empresas quando elas ainda estão embrionárias em alguns produtos, por meio das incubadoras”, explicou.

O superintendente da Suframa informou que o processo para a criação da identidade jurídica para o CBA está em andamento, e mesmo ainda sem o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), que irá possibilitar ao centro receber recursos de empresas privadas, o CBA trabalha para o desenvolvimento da Amazônia. “Estamos trabalhando nesse sentido, mas enquanto isso não acontece, o CBA já está produzindo, já está interagindo com o ecossistema e tem feito entrega de resultados concretos pra sociedade”, pontuou.

Para finalizar, Algacir Polsin agradeceu pela oportunidade em falar um pouco das atividades desempenhadas pela Suframa e pediu a população para confiar nos trabalhos que são desenvolvidos pela autarquia federal.

“Nós estamos buscando fazer um trabalho sério, um trabalho transparente com correção. Sendo a instituição que a população quer que seja. Que realmente ela possa transmitir segurança, possa facilitar o ecossistema dando o máximo de flexibilidade, mas sempre dentro dos princípios da legalidade. Buscando cumprir os objetivos originais do modelo que é desenvolvimento da nossa região e a melhoria da qualidade de vida da população”, finalizou.

Veja a entrevista na íntegra:

Fotos:

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Por Lana Honorato
Fotos/vídeo/ilustração: Marcus Reis

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