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segunda-feira, maio 20, 2024

Em entrevista à Globo, Lula falou de temas polêmicos que permearam o governo PT, sobre eleições e alianças políticas

Lula também falou sobre temas relacionados à política internacional, relação com demais países, sobre a polarização política em torno do nome de presidenciáveis como ele e Bolsonaro, sobre a militância dos partidos de esquerda em não aceitar tanto o nome de Alckmin e outros temas

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O candidato à Presidência da República nas eleições deste ano, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), concedeu entrevista à TV Globo na noite desta quinta-feira, 25/8, e falou sobre assuntos polêmicos, que foi de corrupção durante a gestão do PT, como os casos do mensalão, petrolão, e sobre a operação Lava Jato.

Ainda na entrevista, Lula alfinetou o presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que ele não manda em nada e que está refém do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Ele chamou Bolsonaro de “bobo da corte”, falou de economia, alianças políticas, e da Amazônia.

Questionado como combateria a corrupção e como faria para voltar a ter a credibilidade dos eleitores brasileiros, Lula disse que foi “massacrado” por cinco anos e que a entrevista seria sua primeira oportunidade de falar sobre o tema. “Primeiro eu acho importante você ter começado esse debate com essa pergunta, porque eu fui massacrado e estou tendo hoje a primeira oportunidade de falar disso abertamente ao vivo, com o povo brasileiro”, disse.

O candidato também disse que foi em seu governo que foram criados vários mecanismos de combate à corrupção.

“Primeiro que a corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada. Foi no meu governo que a gente criou o portal da Transparência, que a gente colocou a CGU (Controladoria-Geral da União), que a gente colocou como ministro para fiscalizar, que a gente criou as Leis de Acesso à Informação, contra o Crime Organizado, de Lavagem de Dinheiro, a AGU (Advocacia-Geral da União) entrou no combate à corrupção, criamos o Coaf para cuidar de movimentações financeiras atípicas, e colocamos o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para combater os cartéis, ou seja, foram todas medidas tomadas no meu governo, além de que o Ministério Público era independente e a Polícia Federal recebeu no meu governo mais liberdade que em outro momento da história”, pontuou Lula defendendo que quem comete um erro tem que ser investigado.

Sobre a Lava Jato, Lula disse que a operação enveredou por um caminho político delicado e que tinha como alvo ele próprio, afirmando que o ex-juiz federal Sergio Moro, permitiu tal situação, em que o candidato considerou como “mentiras”. Porém, quando questionado sobre novas medidas que adotaria ao combate à corrupção, caso seja eleito, Lula disse que poderia ter havido interferências dele nas investigações, o que não houve, e não apontou novos mecanismos de combate, dizendo apenas que virou “moda” colocar sigilo de 100 anos nos casos, alfinetando Bolsonaro, como em casos como a investigação sobre o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.

Prejuízo – Lula também culpabilizou o Ministério Público de ter causado um prejuízo enorme ao Brasil, citando o número de desemprego, que quebrou a indústria de engenharia.

“Por conta da Lava Jato nós tivemos 4,4 milhões de desempregados nesse país. Por conta da Lava Jato nós tivemos R$ 270 bilhões que deixaram de ser investidos neste país, e por conta da Lava Jato a gente deixou de arrecadar R$ 58 bilhões”, afirmou Lula.

Economia – Sobre economia, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva falou dos números do país em seu governo, que eram menores que os atuais. Lula disse que à época, a inflação era de 10,5%; 12% de desemprego; que o Brasil devia R$ 30 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e que a dívida pública do Brasil era de 60,4%, pontuando que conseguiu reduzir a inflação a 4,5% e a dívida pública a 39% e conseguiram fazer uma reserva de U$ 370 bilhões de dólares, emprestando ainda ao FMI um valor de R$ 15 bilhões.

“Nós fizemos a maior política de inclusão social que a história desse país conheceu. É assim que nós vamos governar esse país. Eu digo sempre que tem três palavras mágicas para governar este país, a primeira é credibilidade, a segunda previsibilidade e a terceira é estabilidade”, afirmando que a chapa Lula-Alckmin é a melhor para trazer novamente os investimentos ao país.

Alianças políticas – Sobre o assunto das alianças consolidadas entre os presidentes anteriores e os partidos de centro, mais conhecidos como “centrão”, Lula foi taxativo e questionou se o mensalão foi pior que o orçamento secreto, dizendo ainda, que Bolsonaro não “manda em nada”.

“O regime democrático é a convivência democrática na adversidade. Nenhum presidente da República no regime presidencialista governa se não estabelecer relação com o Congresso Nacional. O centrão não é um partido político, até porque hoje só tem partido político no Brasil, o PT, o PCdoB, talvez o Psol e o PSB, porque quase todos os outros partidos são cartoriais, são cooperativas de deputados que se juntam em determinada circunstância”, ressaltou Lula pontuando que o centrão foi criado para derrotar os petistas na Constituinte de 1988.

Meio Ambiente – Lula defendeu a necessidade da preservação da Amazônia, com a exploração feita de forma correta e utilizar a biodiversidade da floresta para gerar empregos para os amazônidas.

O candidato também criticou a postura do ex-ministro de Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Sales, que disse que tinha que “passar com a boiada”, no sentido de desmatar a floresta Amazônica.

Na entrevista, Lula também falou sobre temas relacionados à política internacional, relação com demais países, sobre a polarização política em torno do nome de presidenciáveis como ele e Bolsonaro, sobre a militância dos partidos de esquerda em não aceitar tanto o nome de Alckmin e das ações realizadas atualmente pelo Movimento dos Sem-Terra (MST).

 

Por Edilânea Souza

Foto: Divulgação

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