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segunda-feira, maio 20, 2024

Renovação e reeleição: Especialistas avaliam cenário que pode influenciar na mudança de deputados federais e estaduais do Amazonas

Alianças políticas, a polarização em torno de determinados candidatos ou partidos, o coeficiente eleitoral, e o contexto histórico social presente na vida do eleitor, são fatores importante apontados pelos especialistas consultados pelo O Convergente, que podem trazer ou não uma mudança no cenário político a partir do ano que vem

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Candidatos conhecidos na política amazonense, candidatos em busca de reeleição ou novas funções legislativas, e muitos nomes novos na lista disponível para o eleitor. Uma lista com mais de 590 possibilidades, só em relação a candidatos a deputados federais e estaduais, que segundo especialistas consultados pelo Portal O Convergente, podem, ou não, trazer uma grande renovação de representantes do Amazonas na Câmara Federal em Brasília e na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) no próximo ano.

Renovação essa, que segundo a análise dos especialistas, está atrelada a uma série de fatores, além do voto do eleitor. Como a polarização na política, o número de candidatos por partidos, às ações dos candidatos com mandato, e o contexto histórico social presente no período eleitoral, como a decisão de voto tomada ou modificada no dia da votação. Fatores que também definem o número de candidatos que são escolhidos para permanecer nos cargos atuais.

Na análise do estatístico e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Érico Jander Lopes, ainda é muito cedo para descrever um percentual de mudanças no cenário avaliado.

“Isso é muito complicado de prever, porque tem a questão do coeficiente eleitoral, que mudou um pouco esse ano. Isso é uma coisa interessante que temos que ver, porque é uma exigência mínima dos partidos para eleger os candidatos. Então tem esse fator também que precisa ser avaliado”, pontuou Lopes, que entre outros fatores, citou as  mudanças ocorridas na legislação eleitoral.

“As vezes o partido considera muitos candidatos para aumentar a quantidade de voto do partido. Então tudo isso tem que ser levado em consideração. O eleitor tem que prestar atenção, porque quando ele faz um voto de protesto ele acaba elegendo um candidato que ele não gostaria e que esta na mesma coligação. Agora na mesma federação”, completou o especialista ao falar ainda que o grande número de candidatos e a mudança de voto do eleitor também tem uma grande influência nessa avaliação.

Já o cientista político, Helso Ribeiro, acredita, ao pensar em vários aspectos, que o percentual de renovação, além de ser um processo natural, será em torno de 40%.

“Eu vejo que a cada eleição há uma renovação natural. Tem pessoas que se aposentam, outras partem. Então o novo sempre vem. Se espera uma renovação de 40% mais ou menos da Assembleia Legislativa e na Câmara de Deputados em Brasília”, opinou.

O especialista elencou ainda que o fato do eleitor não ser homogêneo no seu pensar, os fazem querer essa mudança. E destacou, em sua opinião, o que deve ser observado.

“Eu penso que a democracia representativa diz muito respeito a nós eleitores. Então eu acredito que os eleitores deveriam votar com muito critério e acompanhar o trabalho dos parlamentares. Aqueles parlamentares que direcionaram a sua atuação com prestação de contas, com propostas factíveis, aqueles que fiscalizaram, são parlamentares que merecem, mas nem sempre são reeleitos”, disse Ribeiro.

Avaliação do cenário – Na visão da pesquisadora e diretora do Instituto de Consultoria em Ensino, Pesquisas e Mídias – O Convergente, Erica Lima, a inclusão de muitos nomes, que estavam foram do cenário político, na concorrência de cargos no pleito deste ano também deve influenciar nessa renovação.

“Quando à gente pensa no cenário político da Aleam, quanto da Câmara, é importante frisar que temos muitos nomes que estavam fora do cenário político, mas que estão retornando e se colocando no pleito para concorrer a essa vaga. Então são pessoas com experiência, que já estiveram no topo, com cargos de governo e de vereador. Então a gente observa que o páreo está bem concorrido”, destacou a pesquisadora ao citar ainda que na Assembleia Legislativa a mudança do quadro deve ser de, pelo menos, 40%.

Já na Câmara Federal a especialista acredita que a inclusão de nomes fortes na concorrência, como vereadores e ex-prefeitos do interior do Estado bem avaliados em pesquisas, pode trazer uma grande mudança na ocupação das cadeiras também.

“Para federal o pareô esta muito forte, porque depende também da estrutura, do recurso. É um cargo que você tem que ter muito chão no inteiro do Estado do Amazonas. Então a gente tem nomes aí concorrendo à reeleição. Partindo desses nomes, a gente faz uma análise também com nomes que estão vindo concorrer pela primeira vez”, avaliou Lima.

O pesquisador e diretor do Instituto Pontual, Eric Barbosa, também avalia um cenário com mudanças e destacou pontos históricos que trazem essa perspectiva.

“Historicamente a Assembleia Legislativa não tende a sofrer tantas mudanças de maneira drástica. A gente sabe que hoje, de acordo com as eleições passadas, a Assembleia sempre tem ali uma renovação de 30% a 35%. Isso demonstra que a maioria dos eleitores ainda contribui para reeleger, de certa forma, os parlamentares que ali estão. Tem deputados que estão lá com quatro, cinco mandatos. Com mais de 15, 20 anos de legislatura”, destacou ele ao citar que o dado requer muita discussão.

No cenário federal, o especialista também pontuou a mesma situação relacionada aos candidatos que tentam a reeleição, além de destacar alguns fatores ligados ao contexto político atual que pode influenciar na mudança dos representantes do Estado em Brasília.

“A gente vive um momento do país hoje, da eleição presidencial totalmente polarizada. E que essa mesma polarização vai refletir um pouco ali na câmara federal”, disse ele ao citar que 50% da bancada amazonense é formada pela polarização entre os adversários Bolsonaro e Lula.

Cenário de candidatos – Na Câmara Federal, dos oito deputados federais que representam o Amazonas em Brasília, apenas sete são candidatos à reeleição. Sendo eles os deputados Átila Lins (PSD); Delegado Pablo (União Brasil); Sidney Leite (PSD); Silas Câmara (Republicanos); Marcelo Ramos (PSD); José Ricardo (PT) e Capitão Alberto Neto (PL).

Nesse cenário apenas o deputado federal Bosco Saraiva (Solidariedade), não está concorrendo à reeleição. O parlamentar é um dos 430 candidatos a deputados estaduais que registraram suas candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em busca de uma das 24 vagas na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).

Vagas essas, que por tabela, já tem cinco disponíveis para um cenário de renovação na Casa Legislativa. Isso porque, dos 24 deputados estaduais com mandato, apenas 19 estão em busca da reeleição ao cargo.

Dos outros cinco restantes, dois estão em busca de uma vaga na Câmara Federal, como é o caso dos deputados Fausto Junior (União Brasil) e Saullo Vianna (União Brasil). Um, sendo o deputado Ricardo Nicolau (Solidariedade), na disputa pelo Governo do Amazonas, e dois, sendo a deputada Nejmi Aziz (PSD) e o deputado Belarmino Lins (PP), que não vão concorrer nas eleições deste ano.

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Por Izabel Guedes

Fotos: Divulgação / Ilustração/ Marcus Reis

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