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sexta-feira, novembro 22, 2024

Após pressão política, trecho do meio da BR-319 entra em plano de recuperação até 2027

Na última semana, o vice-presidente Geraldo Alckmin incluiu a rodovia no Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia (PRDA)

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Depois de pressão dos políticos do Amazonas para a recuperação da BR-319, o trecho do meio da BR-319, um dos mais críticos da rodovia, foi incluído no Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia (PRDA). Com isso, a recuperação da via fica estabelecida no período de 2024 a 2027.

A inclusão foi assinada pelo presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB), e publicada no Diário Oficial da União, na última semana. Agora, o plano segue para o Congresso Nacional para tramitar em conformidade com o Plano Plurianual 2024-2027.

De acordo com o Governo Federal, o plano tem como objetivo tornar a Amazônia uma referência na valorização da sociobiodiversidade como elemento propulsor do desenvolvimento sustentável.

“Além da questão ambiental, outras pautas são desafiadoras na região da Amazônia Legal como, por exemplo, a infraestrutura logística, que ao longo de muitos anos necessita de maior integração entre os modais de transporte, bem como de maiores investimentos em projetos capazes de trazer maior conexão intrarregional e interregional”, diz trecho do documento.

Pressão política

A volta dos debates por parte dos parlamentares amazonenses sobre a BR-319 começou quando o Amazonas passou pela pior seca já registrada na história. Com o nível da água nos rios chegando a pouco mais de 12 metros, uma das alternativas para minimizar os impactos, de acordo com os políticos, seria a rodovia federal, que está abandonada.

No início de outubro, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva esteve no Amazonas, junto à comitiva do governo federal, para acompanhar de perto os danos causados pela severa estiagem que afetou todos os municípios do Estado.

Na ocasião, Marina Silva foi encurralada pelo deputado estadual Sinésio Campos, que a questionou sobre as obras na BR-319. Os demais deputados não deixaram o colega parlamentar de lado e o acompanharam na cobrança. Com isso, a Assembleia Legislativa do Amazonas aprovou uma moção de repúdio contra a ministra de Lula.

“É inadmissível que a ministra Marina não se sensibilize com essa causa. O Amazonas é um estado grande, o maior do Brasil, e não pode mais ficar isolado do restante do país. Sofremos com isso durante a pandemia e estamos vendo agora de novo, durante a estiagem. Nossa logística é complicada, demorada e se tivéssemos a BR-319, poderíamos amenizar esses problemas. Defendo a retomada da 319 desde 2019, quando presidi a Comissão de Transportes desta Casa. O Amazonas precisa, urgentemente, que a 319 se torne trafegável”, afirmou o presidente da Aleam, o deputado Roberto Cidade.

A ministra também foi alvo de críticas da bancada federal do Amazonas. O deputado federal Alberto Neto, por exemplo, afirmou que a ministra era inimiga do povo amazonense. “Hoje o nosso povo padece, ministra Marina, padeceu na pandemia, vocês viram as imagens, os horrores dos caminhões tentando chegar na cidade de Manaus e muitos morreram por causa disso. Muitos morreram por causa dessa política ambiental, desmedida, xiita que tem isolado o povo do Amazonas”, disparou.

Outro parlamentar que teceu críticas à ministra foi o senador Omar Aziz (PSD). Apesar de ser aliado do governo Lula, o parlamentar disparou que a “culpa” cairia sob a responsabilidade de Marina Silva, caso os amazonenses passassem fome no período de estiagem. “Pois eu declaro que, se algum amazonense passar fome, a culpada é a senhora ministra Marina Silva, que, por vaidade, não permite a recuperação da BR-319 e sentencia o Amazonas ao isolamento”, escreveu nas redes sociais.

Recentemente, Marina Silva voltou a falar sobre a BR-319, e afirmou que a rodovia não poderia ser apenas “para passear”. Assim, outras moções de repúdio foram movidas contra ela.

Leia mais: “Não é justo que o povo do Amazonas continue isolado do restante do Brasil”, diz Wilson Lima ao defender BR-319, na COP

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Por Camila Duarte

Revisão textual: Vanessa Santos

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