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domingo, novembro 24, 2024

Tacla Duran acusa Moro e Deltan de suposta extorsão na operação Lava Jato

Tacla Duran fez as declarações na audiência de processo em que é réu por lavagem de dinheiro para a empreiteira Odebrecht. Este foi o primeiro depoimento de Tacla à Justiça brasileira em sete anos

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O advogado Rodrigo Tacla Duran, acusado de lavagem de dinheiro pela operação Lava Jato, citou em depoimento remoto à Justiça Federal de Curitiba o senador Sergio Moro (União Brasil) e o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos) em um caso de suposta extorsão.

Em nota, Moro disse que “não teme qualquer investigação” e disse que Tacla fez “falsas acusações”. Deltan disse, via Twitter, que o caso “é uma história falsa”.

Tacla Duran fez as declarações na audiência de processo em que é réu por lavagem de dinheiro para a empreiteira Odebrecht. Este foi o primeiro depoimento de Tacla à Justiça brasileira em sete anos.

A audiência foi realizada na segunda-feira (27), pelo juiz Eduardo Fernando Appio, da 13ª Vara Federal, que assumiu recentemente os processos da operação.
No depoimento, Tacla citou ter sido vítima de um suposto esquema de extorsão, em que menciona Moro e Deltan.

Após a citação, o juiz encerrou a audiência e pediu que o caso fosse enviado ao STF. Isto acontece porque os envolvidos são parlamentares, então o caso só pode ser tratado pelo Supremo.

“Diante da notícia-crime de extorsão, em tese, pelo interrogado, envolvendo parlamentares com prerrogativa de foro, ou seja, deputado Deltan Dallagnol e o senador Sergio Moro […] encerro a presente audiência para evitar futuro impedimento, sendo certa a competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal”, diz trecho do termo de audiência.

Após a audiência, o juiz Appio encaminhou Tacla Duran ao programa federal de testemunhas protegidas “por conta do grande poderio político e econômico dos envolvidos”.
O que dizem Moro e Deltan

Sobre o caso, Moro disse que “lamenta o uso político de calúnias feitas por criminoso confesso e destituído de credibilidade”. Afirmou, também, que Tacla “faz acusações falsas desde 2017”.

Deltan Dallagnol afirmou que o depoimento de Tacla é uma história “requentada pela 3ª vez sem novidade e que já foi investigada pelo MPF e PGR, que a descartaram totalmente”.
Intimação para depoimento

A intimação de Tacla Duran ocorreu poucos dias após o juiz Appio revogar a ordem de prisão preventiva dele, derrubando uma ordem judicial de prisão expedida contra o advogado pelo ex-juiz Sergio Moro.

A decisão que revogou a ordem de prisão preventiva de Tacla definiu que o advogado precisa prestar contas das próprias atividades à 13ª Vara Federal, em Curitiba, a cada dois meses. Segundo a decisão, Tacla Duran deve “envidar todos os esforços” para repatriação de valores eventualmente depositados em contas no exterior.

Histórico

Nas investigações da Lava Jato, o advogado Tacla Duran admitiu ter emprestado contas de empresas dele no exterior para a movimentação de recursos que a empreiteira mantinha em paraísos fiscais do Caribe.

Tacla chegou a ser preso em 2016, em Madri, quando foi alvo de uma das fases da operação Lava Jato. À época, ele recorreu à Justiça do país europeu para permanecer na Espanha. Ele passou três meses preso e conseguiu liberdade provisória.

 

 

Por: Informações do G1

Foto: Divulgação

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