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segunda-feira, julho 8, 2024

Reviravolta: Uma nova CPI é proposta na Aleam e CPI da Pandemia não obtém assinaturas para ser instaurada

O deputado estadual Delegado Péricles, que foi um dos coautores da CPI da Pandemia, apresentou outra proposta de comissão o que ocasionou a não obtenção do número mínimo necessário de assinaturas para instalar a CPI da Pandemia

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A CPI da Pandemia, da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), precisava de apenas mais uma assinatura para ser instaurada nesta terça-feira, 6/7, mas o deputado estadual Delegado Péricles (PSL) surpreendeu e apresentou a proposta de instalação da chamada CPI da Asfixia, frustrando os deputados Wilker Barreto e Dermilson Chagas (Podemos) que davam como certa a aprovação do pedido para a CPI da Pandemia.

A apresentação da nova proposta de comissão pegou de surpresa os deputados Dermilson e Wilker, que foram coautores da CPI da Pandemia juntamente com o deputado Péricles. A nova proposta causou indignação nos dois parlamentares do Podemos, que fazem oposição à gestão do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).

A expectativa de Dermilson e Wilker era que hoje o deputado Serafim Corrêa (PSB) assinasse a criação da CPI da Pandemia, entretanto, o líder do PSB na Aleam e o deputado Sinésio Campos (PT), em uma decisão em bloco entre o PSB e PT, optaram por assinar a instalação da CPI da Asfixia, proposta pelo Delegado Péricles.

Discussão – Durante a apresentação da nova proposta de CPI, Péricles justificou sua decisão alegando que as propostas para a criação da CPI da Pandemia estavam genéricas e poderiam ocasionar, mais na frente, a suspensão da comissão. “Uma CPI precisa ter fatos determinados e, me debruçando junto com a minha equipe jurídica, identificamos um problema em relação a esse pedido, que é ele estar genérico”, disse o deputado destacando que mesmo assim não iria retirar a assinatura da CPI da Pandemia.

Visivelmente contrariado, Barreto usou a tribuna para pontuar que a CPI da Pandemia seria para apurar os contratos feitos pelo governo do Estado no exercício de 12 meses e criticou a atitude de Péricles.

“Eu estou aqui com a proposta que entrou agora no sistema. Eu acho interessante que o deputado Péricles enxergou agora, quatro meses depois de ter assinado a CPI da Pandemia como coautor, os pontos que ele disse hoje que são genéricos. Uma CPI que entrou no sistema da casa às 10h, num exemplo claro de um grande pacote de acordo com o governo”, comentou em tom de ironia.

Também exaltado, o deputado Dermilson falou que a apresentação de outra proposta de CPI, no momento em que a da Pandemia estava prestes a ser instaurada, se tratava de ego e vaidade por parte do deputado Péricles. Dermilson acusou ainda o deputado Péricles de estar trocando favores com o governo em troca da substituição do secretário-executivo de Inteligência, da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), delegado Samir Freire.

“Isso é vaidade. Se o delegado Samir, da Secretaria de Inteligência, for exonerado, eu sei porque apresentaram essa CPI. É fato determinado, o cara apresenta uma CPI agora. O que tem por trás disso? Foi manobra, está justificado”, acusou Dermilson.

A insinuação se deu porque Péricles fez diversas críticas à atuação da Secretaria de Inteligência da SSP-AM durante os ataques criminosos ocorridos no Estado no início do mês de junho deste ano.

Troca de acusações – Dermilson destacou ainda que o relatório final da CPI da Saúde da Aleam, em setembro de 2020, teria sido feito por Péricles e entregue ao deputado Fausto Júnior (MDB), que foi o relator da comissão.

“Isso foi manobra a pedido do governo, para não investigar os contratos. Todo mundo sabe nessa casa que foi vossa excelência que fez o relatório da CPI da Saúde e entregou para outra pessoa, que não indiciou o governo. Se quiser, eu assino a sua CPI, mas faça um relatório que preste”, criticou.

Péricles afirmou que Dermilson pertencia a um grupo político e reforçou que a CPI da Pandemia não tinha fatos determinados. “Eu quero algo sério para se investigar tanto este governo como os anteriores, esse é meu papel como parlamentar. Infelizmente o senhor não vem fazendo de outros governos no seu mandato, essa é a nossa diferença”, rebateu Péricles.

Favoráveis à CPI da Asfixia – Durante a sessão, o deputado Serafim Corrêa explicou que não iria assinar a CPI da Pandemia porque esta se propõe a abordar vários pontos, o que poderia ocasionar a perda do foco dos trabalhos.

“Tanto eu quanto o deputado Sinésio entendemos que temos que instalar a CPI. A CPI proposta pelo Péricles se atenta para a apuração da questão do oxigênio, que foi um dos itens da falta de atendimento. Então, em uma decisão de bloco, Sinésio e eu queremos que apure isso e entendemos que isso se amolda melhor à Comissão do deputado Péricles”, disse Serafim.

Sinésio Campos falou que a CPI da Asfixia, para ele, era a CPI da vida e não a do proselitismo político barato. Ainda durante seu discurso, Sinésio destacou que uma CPI tem que ter um fator gerador específico e que a partir do momento que uma comissão trata de fatos genéricos, ela não quer chegar a lugar nenhum.

“Eu e o deputado Serafim estamos defendendo a vida. Todas as pessoas envolvidas nesse genocídio têm que ser responsabilizadas. Não dá para fazer uma CPI sem resultados eficazes. Não dá para fazer uma CPI sem resultados eficazes”, declarou o líder do PT na Aleam.

Pedido de alterações – Após as trocas de acusações e discussão, Wilker Barreto e Dermilson Chagas informaram que assinariam a CPI da Asfixia, mas se fosse incluída a investigação dos contratos firmados pelo governo durante a pandemia.

“Uma CPI governista e que falta com respeito ao povo em não apurar os milhões que pertencem ao contribuinte. Não dá para ter uma CPI apenas para apurar um dos itens do colapso. Nós estamos fazendo o aditivo provocando o proponente para a inclusão desses itens”, concluiu Wilker Barreto.

 

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Por Lana Honorato

Ilustração: Marcus Reis

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