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sexta-feira, julho 26, 2024

Vereador Amom propõe rompimento com velhas práticas e a inserção de mais jovens na política

Entrevistado do quadro “Debate Político”, do Portal O Convergente, o vereador defende a capacidade dos mais jovens em ocupar cargos públicos, a quebra de velhas práticas políticas e o incentivo à participação popular na implementação de políticas públicas

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Vereador mais novo a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal de Manaus (CMM), Amom Mandel (Podemos), deixou claro que as constantes referências aos seus 19 anos de vida incomodam, sobretudo, quando isso é associado à falta de experiência e de vivência política. Em entrevista ao Portal O Convergente, o vereador afirmou que idade é apenas um número e que o mais importante é romper com velhas práticas políticas.

“A idade é apenas um número. É um preconceito muito grande das pessoas achar que por se ter pouca idade os mais jovens não tem capacidade para ocupar uma cadeira legislativa. Isso não deveria ser um obstáculo. Isso é uma questão de ideia, de caráter e de escolhas e eu escolhi fiscalizar, honrar as promessas que fiz na época da campanha”, disse o parlamentar que aproveitou para falar da importância dos jovens na política.

“Eu quero ser uma inspiração, quero que muitas pessoas como eu decidam sair da política social e entrar na política partidária. Eu quero que nós tenhamos cada vez mais candidatos e mais pessoas comprometidas com a boa política. Eu acho que falta representatividade jovem, que a juventude é quem vai decidir o futuro. E nós precisamos que cada vez mais esses jovens se interessem por política partidária. Eu quero, na minha atuação, como político partidário, mostrar para as pessoas o que um político pode fazer, o que os políticos esqueceram ao longo do tempo. Quero mostrar todo esse potencial e que mais pessoas se candidatem, porque só assim vamos conseguir a mudança, porque uma pessoa só não consegue fazer tudo sozinho”, incentivou ao criticar velhas práticas político-partidárias.

Durante entrevista ao quadro “Debate Político”, com a apresentadora Erica Lima, Amom falou que seu compromisso é trilhar um “caminho contrário a tudo isso que estão fazendo”.

Nesse sentido, está, inclusive, o não uso da Cota Parlamentar, o cotão. “Quero realmente fazer uma transformação na sociedade, por isso explico sobre o meu papel como vereador, para que não caiam nessa lábia do péssimo político que propaga a desinformação. Que vai nas comunidades distribuir cestas básicas e dar a entender que o papel é esse. Distribuir, cesta, básica, dentadura, ajudar com um cano, energia elétrica e assim por diante. Não é isso o que eu faço, eu não faço esse tipo de política. A população deixou de votar em políticos que tem plataformas políticas e passou a votar em políticos que oferecem benefícios de curto prazo. Porque? Por que o cidadão não confia em um político partidário para exercer um projeto por dez ou quinze anos. Você pensa que a pessoa vai se corromper ao longo do caminho”, argumentou.

Política e eleições – O vereador falou também sobre o não uso do cotão e as críticas recebidas por parte de outros parlamentares. Na opinião dele, a decisão incomoda porque motiva a sociedade a fazer essa cobrança aos demais parlamentares.

“Quando você trabalha com esse tipo de política é natural que outros políticos partidários se sintam ameaçados, porque quando aparece um político que defende o não uso do cotão outros políticos começam a ser pressionados pela própria população para que também não usem. Cada um leva seu mandado da forma que bem entender. Eu defendi isso na campanha e estou cumprindo agora. Não uso o cotão. É uma política pessoal minha porque acredito que isso é uma verba imoral, é algo que não deveria existir”, afirmou Amom.

Sobre as especulações em torno do nome dele para a disputa eleitoral do ano que vem, Amom afirmou que, por princípios e ideologias, por enquanto, não pensa disputar qualquer outro cargo nas próximas eleições.

“Tem praticamente apenas seis meses que eu tomei posse e não quero me apressar, como outras pessoas fazem. Ficar desde o primeiro dia pensando nas eleições do ano que vem. Eu não comecei a abordar essa temática, embora muita gente toque no assunto. Não comecei porque hoje o meu foco é o meu mandato. O futuro é o futuro, mas eu espero que venham coisas boas”, falou.

Já sobre o mandato no legislativo municipal, Amom afirmou que apesar dos desafios tem conseguido colocar em prática alguns dos projetos de campanha, como o plantio de árvores referentes a quantidade de votos obtidos na eleição – cerca de 7,5 mil votos – e, principalmente a fiscalização do executivo municipal. Ao se considerar independente, Amom afirmou que não é um político radical, mas vigilante.

“Fazer política não é só se candidatar e ser filiado a um partido. Nos últimos seis meses comecei a tratar de várias temáticas, entre elas o meio ambiente. Fazendo projetos de leis voltados para a questão da saúde, como de punição as pessoas que promovem as aglomerações, por exemplo. Este, infelizmente está parado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara há três meses. Daqui a pouco a lei perde o objeto e ficou por isso mesmo. Mas isso não me impede de continuar trabalhando. Me considero um vereador independente, mas vigilante. Voto de acordo com as convicções daquilo que acredito e defendo”, finalizou.

Confira imagens da entrevista: 

Confira a entrevista na íntegra:

 

Biografia  – Amom Mandel (Podemos), 19, é estudante de Direito na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), empresário, escritor, tradutor, presidente do Podemos Jovem e voluntário da Organização das Nações Unidas (ONU) há seis anos. Amom é natural de Recife (PE), mas mora em Manaus desde os cinco anos.

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Por Izabel Guedes

Fotos: Marcus reis

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