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segunda-feira, maio 20, 2024

“Tentaram me coagir”, revela Amom Mandel sobre ‘desistência’ de pré-candidatura durante programa “Debate Político”

O deputado federal e pré-candidato a prefeito de Manaus foi o convidado da semana da nova temporada do programa Debate Político, apresentado pela CEO da empresa Érica Lima Barbosa

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No episódio da nova temporada do programa “Debate Político”, O Convergente recebeu, nesta terça-feira (19), o deputado federal e pré-candidato a prefeito de Manaus Amom Mandel (Cidadania). Durante a entrevista, ele falou sobre a atuação na Câmara Federal, o que o motivou a lançar a pré-candidatura e sobre o cenário político para o pleito deste ano. O programa é apresentado pela CEO da empresa, Érica Lima Barbosa, e exibido pela TV Rede Onda Digital, através do canal 8.2, e pelo canal do Youtube da Rede Onda Digital.

No início da entrevista, Amom Mandel falou sobre ser o único deputado federal – dos oito que compõem a bancada do Amazonas – a integrar como titular uma Comissão na Câmara Federal. O parlamentar faz parte da Comissão de Meio Ambiente da Casa, e citou os problemas ambientais vivenciados pelo Estado no ano passado.

“Vimos no ano passado casos de queimada que, muito embora tenham tido numericamente inferior aos últimos anos, foram superiores no sentido de trazer um impacto muito maior e mais grave para a população dos outros estados e dos mais próximos”, disse. Ele ainda reforçou que o papel como titular na comissão é para garantir as ações que estão sendo realizadas para combater as crises ambientais.

“Como deputado titular da Comissão de Meio Ambiente, eu estou questionando o que está sendo feito pelo estado brasileiro como um todo […], e pelo governo federal através de verbas federais, internacionais […]. É preciso cobrar para que o Amazonas não vire, de novo, um estado em que não se pode respirar”, destacou.

Além disso, Amom Mandel também comentou sobre o pacote de leis que tem elaborado em prol das mulheres. O deputado lamentou a ausência feminina na bancada federal do Amazonas e, por essa razão, tem buscado contato com personalidades políticas femininas para elaborar os projetos.

“Infelizmente, a bancada federal não tem nenhuma representatividade feminina. Por esse motivo, eu dialogo com as deputadas estaduais e com as lideranças femininas de todo país para saber o que precisa ser feito ainda no federal para que eu possa protocolar esses projetos”, disse.

Ao ser questionado sobre o apoio ao requerimento de impeachment do presidente Lula (PT), Amom Mandel afirmou que não teve tempo e não recebeu o convite para assinar, mas que pretende analisar os requerimentos que solicitam o impeachment do presidente, caso tenha oportunidade.

“Houve uma narrativa por base de adversários políticos para quererem dizer que eu teria me recusado a assinar o requerimento, ou que seria contra o impeachment. Isso não é verdade, sequer houve uma votação”, esclareceu.

Pré-candidatura

Antes de anunciar que concorreria ao pleito de 2024, Amom Mandel lançou nas redes sociais um vídeo afirmando que não iria disputar o cargo a prefeito de Manaus, uma vez que estava empenhado em trabalhar na Câmara Federal. Tempos depois, ele voltou a atrás e lançou a pré-candidatura.

No Debate Político, Amom Mandel afirmou que estava tomando uma decisão sobre a candidatura nas eleições de 2024, no entanto, naquele momento, tentaram o chantagear.  “Eu estava tomando uma decisão, tentaram me coagir e me chantagear. Foi uma decisão muito difícil porque existem certas injustiças que podem ser cometidas com pessoas que se importam comigo, contra familiares, contra amigos”, revelou.

“Então, não é uma decisão fácil, mas depois de muita reflexão, eu decidi que não posso deixar as pessoas que fazem esse tipo de política, de chantagear, tomarem o poder público na esfera de Manaus”, continuou.

O deputado ainda afirmou que a melhor decisão de fazer o melhor pela população seria colocando seu nome à disposição nas eleições. “Isso seria uma irresponsabilidade da minha parte e eu quero fazer o melhor para a minha população e minha cidade de Manaus. Colocar o nome à disposição é fazer isso, obviamente, quem vai tomar essa decisão é a população, mas não acho que eu sou o grande salvador da pátria, mas eu estou me dedicando em fazer o melhor para a nossa cidade”, disse.

Ainda falando sobre política, Amom Mandel comentou que sabe dos privilégios que teve durante a vida, mas que faz da política uma forma de fazer com que todos tenham os mesmos privilégios que ele teve. “Não suporto saber que milhares de pessoas não têm as oportunidades que eu tive na vida. Eu faço da minha missão de vida, dar essas oportunidades às pessoas da cidade de Manaus, do Amazonas e do Brasil”, pontuou.

Em relação a outros jovens na política, o deputado federal afirmou que se sente deslocado no meio do cenário político amazonense e que é necessário novos nomes e pensamentos para ‘oxigenar’ o cenário.

“Me sinto muito só no meio político, vejo que há um certo desprezo e repulsa com a minha imagem por parte dos políticos da velha guarda e eu acredito que oxigenar os cenários políticos é um caminho para gente superar esse problema e fazer com que essas pessoas, com novos pensamentos, possam ocupar esses espaços de poder”, comentou.

Eleição

Ao comentar sobre as eleições, o deputado federal – que lidera as pesquisas de intenção de votos – destacou que não existe uma eleição já vitoriosa. “Não existe eleição ganha, por isso mesmo não gosto de avaliar o meu desempenho no processo eleitoral de maneira positiva ou negativa, eu fico sempre no meio a meio. Essa história de ‘já ganhou’ é o típico caso de que um candidato vai rumo à sua derrota, é uma falta de humildade por parte de que já ganharam”, enfatizou.

Fazendo uma análise do cenário e dos adversários, Amom Mandel falou sobre as manobras políticas feitas pelo prefeito David Almeida (Avante), as quais ele definiu como ‘esquisitas’.  “Ele quer ser ao mesmo tempo amigo, apoiador e apoiado de Omar Aziz e Eduardo Braga, que são alinhados ao presidente Lula, e quer negociar com o Partido Liberal, de Bolsonaro, para apoiar a sua eleição. Isso são coisas que não fazem muito sentido do ponto de vista político. […] Acredito que esse não é o jeito correto e honesto de se fazer política, é preciso ter uma coerência”, avaliou.

Amom Mandel ainda afirmou que não procura por alianças, uma vez que quer manter a sua postura como político independente. “Eu não procuro essas alianças, eu sou independente e quero caminhar com essa minha independência e com o meu partido. Não quero essas relações, seja com a base ou com a oposição. A independência, na minha opinião, pode conferir ao parlamentar a capacidade plena de agir de acordo com o que beneficia os seus eleitores e não apenas grupos políticos”, afirmou.

Durante o programa, Amom Mandel destacou que ainda não há definição sobre quem será sua vice na chapa, mas ele pontuou que o perfil ideal é uma mulher experiente. “Não sei quem seria essa pessoa e se essa pessoa existe hoje em Manaus ou se essa pessoa, ainda que exista, estaria disposta a disputar em uma chapa junto comigo. A articulação política é uma coisa muito complexa e depende de muitos fatores, realmente não tenho como apontar um nome hoje, mas o perfil permanece o mesmo”, comentou.

Jogo das Cartas

No tradicional Jogo das Cartas do Debate Político, o deputado falou sobre os colegas de bancada. Um deles é o possível adversário nas eleições municipal, deputado federal Alberto Neto (PL).

Para Amom Mandel, caso não estivesse na disputa, ele como eleitor não votaria em Alberto Neto. “Vejo esse alinhamento entre o Alberto Neto e o David Almeida e isso é contra os meus princípios. Ele tem que enxergar que o David representa tudo aquilo que ele não quer, ou não deveria querer”, disse.

Outro deputado que Amom teceu comentários foi a Adail Filho (Republicanos), o qual ele destacou a atuação na comissão da reforma tributária. “Teve um papel muito importante para resguardar a Zona Franca de Manaus, assim como a bancada inteira se esforçou, ele conseguiu trazer em primeira mão as informações para gente saber o que os outros deputados da comissão estavam pensando sobre a reforma. Foram a partir dessas informações que nós da bancada federal nos articulamos e nos espalhamos no Senado e na Câmara”, apontou.

Confira o programa na íntegra:

Leia mais: “Muitas coisas que gostaríamos de fazer não foram entendidas”, diz Wallace Oliveira sobre antiga presidência da CMM no programa “Debate Político”

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Por Camila Duarte

Foto: Marcus Reis

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