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sexta-feira, maio 10, 2024

“Manipulação grosseira”, diz secretário de comunicação sobre vídeo de suposta propina na Semcom

Após a repercussão do vídeo, o secretário Israel Conte afirmou na CMM que uma perícia técnica, contratada pela Semcom, apontou que as imagens foram manipuladas

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Na Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta quarta-feira (20), o secretário municipal de comunicação Israel Conte prestou esclarecimento aos vereadores sobre o vídeo de uma suposta entrega de propina dentro do prédio da Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom). O conteúdo ganhou repercussão após ser divulgado pelo site Metrópoles.

Na terça-feira (19), Conte já havia se direcionado à Câmara para prestar esclarecimentos, no entanto, os vereadores só puderam ouvir as justificativas do secretário na sessão de hoje. Ao escutar os parlamentares e ter o direito de fala, Israel Conte destacou que foi feita uma perícia técnica, contratada pela própria Semcom, que constatou que as imagens do vídeo foram manipuladas.

“Quando identificamos que se tratava de um vídeo claramente manipulado, só a minha palavra não seria suficiente para a comprovação […] Fui orientado que deveríamos ter a contratação de uma perícia técnica, para que pudéssemos ter a comprovação, uma vez que todos viram que foi uma manipulação grosseira, fosse constatado tecnicamente”, afirmou o secretário.

A empresa contratada pela pasta da Prefeitura de Manaus foi a Smart Perícias, empresa localizada no Paraná, que disponibilizou o laudo para consulta, através da Secretaria de Comunicação de Manaus. De acordo com as informações que foram fornecidas à imprensa, a perícia contratada é a maior empresa de perícias judiciais e extrajudiciais do Brasil, com todos os profissionais cadastrados no Cadastro de Auxiliares da Justiça em suas respectivas áreas de atuação.

De acordo com o laudo, no vídeo existem diversas lacunas, o que evidencia a manipulação. “Com base nas análises técnicas pericias detalhadas acima, há de se mencionar, que, O VÍDEO PERICIANDO APRESENTA UM CLARO TRABALHO DE MANIPULAÇÃO AUDIOVISUAL, visto que apresenta edições em pontos muito específicos, quebras de sequência de imagem e som, interrupções nos planos de imagem, bem como interrupções abruptas de áudio, fato verificado a partir da curvatura das ondas sonoras”, diz um trecho do laudo.

Na CMM, o secretário de comunicação ainda comentou que o contato com o dono do portal que, supostamente, havia recebido a propina é feito de maneira institucional, assim como a Semcom também faz contato com as demais agências de notícias de Manaus.

Questionado sobre o motivo de não ter ido à Polícia Federal assim que o conteúdo foi divulgado, o secretário afirmou que recebeu orientação jurídica para contratar uma perícia. “Em consulta ao nosso jurídico, diferente da deep fake, não se trata de crime eleitoral. São abordagens diferentes, foi essa a orientação que recebi do nosso jurídico”, ressaltou.

O secretário da Semcom ainda disse que estaria indo até as autoridades entregar a perícia técnica do vídeo realizada para colaborar com as investigações. “O laudo pericial confirma a olho nu aquilo que se vê. Saindo daqui, vamos até a polícia, ao Ministério Público, entregar esse laudo para colaborar com as investigações”, pontuou.

Em outro questionamento, os parlamentares perguntaram o motivo de não buscarem imagens através das câmeras de segurança do prédio. Em resposta, o secretário afirmou que foi feita uma busca, no entanto, a empresa que gerencia as imagens de segurança alegou que o armazenamento só fica disponível durante 30 dias, após isso, as imagens são apagadas.

“Onde estão as câmeras, a gravação dessa pessoa entrando? O que me foi informado é que as gravações ficam armazenadas em 30 dias. Como não tínhamos, contratamos uma perícia para que comprovassem tecnicamente o que aquele vídeo era realmente uma manipulação grosseira”, esclareceu.

Israel Conte ainda afirmou que o pagamento aos portais de notícia são realizados através de agências bancárias licitadas e que não há circulação de dinheiro vivo dentro do prédio da Semcom. “Já sabíamos que o vídeo era manipulado, estava muito claro. Emitimos uma nota dizendo que íamos proceder com a imediata apuração […]. A orientação que eu recebi do jurídico foi que neste caso específico, são casos diferentes, a orientação jurídica foi para realizar uma perícia”, enfatizou.

Em relação ao pedido para instalação de uma CPI de Caixa 2, o secretário afirmou que isso é um assunto interno dos vereadores e não quis se pronunciar sobre o assunto. “Sobre instalação de CPI, eu não vou entrar nesse assunto porque é um assunto interno da Câmara […], isso é uma questão que eu não vou tecer questão a respeito”, disse.

Clique aqui para conferir o laudo completo.

Leia mais: Empresa de publicitário pode receber mais de R$ 33 milhões dos cofres públicos em contratos distintos para o mesmo serviço

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Por Camila Duarte

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