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segunda-feira, novembro 25, 2024

Bate-boca e acusações entre vereadores marcam sessão plenária na CMM: “Não queira me intimidar!”

Os vereadores Profª Jacqueline (UB) e Raulzinho (PSDB) protagonizaram uma discussão após a denúncia de uma possível perseguição de servidores da Semed

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A sessão plenária da Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta terça-feira (27) foi palco de uma discussão e troca de acusações entre os vereadores Professora Jacqueline (União Brasil) e Raulzinho (PSDB). O bate-boca ocorreu logo após a parlamentar denunciar ações na Secretaria Municipal de Educação (Semed).

Ao subir na tribuna, a vereadora denunciou que funcionários municipais de educação estariam sendo perseguidos por gestores da Semed, um exemplo citado por ela foi a substituição de gestores das unidades escolares.

A vereadora Jacqueline chegou a ceder o tempo de fala para alguns colegas da Casa, antes dos ânimos aflorarem no plenário. No entanto, ao ceder o tempo de fala para o vereador Raulzinho, antes que o mesmo iniciasse o discurso, Jacqueline comenta algo que escutou – o que a transmissão da Câmara Municipal não captou -: “É mesmo? Que maravilha! Então eu mesma vou falar, não vou dar meu tempo para mais ninguém”, disse.

Logo após a vereadora terminar a frase, o parlamentar inicia o discurso alegando que foi “vítima” da gestão da colega de plenário. “Vereadora, vê-la na tribuna reclamando disso me deixa estarrecido. Eu mesmo, como vereador, fui vítima de vossa senhoria. Todas as escolas das comunidades do Mutirão e Novo Aleixo, todas eram obrigadas a ajudar vossa excelência”, disparou Raulzinho.

A Mesa Diretora chegou a tentar interromper a fala do parlamentar, que continuou a discursar na sessão plenária. Durante os comentários de Raulzinho, alguns vereadores também começaram a se manifestar.

“Senhores vereadores, vamos manter o decoro!”, pediu o presidente da CMM, o vereador Caio André. No momento em que o pedido do presidente da Casa foi realizado, foi registrada uma gritaria no plenário. “Senhor presidente, é melhor encerrar a sessão porque não quero ser constrangida. Eu sou mulher e os homens vêm aqui me constranger”, afirmou a vereadora Jacqueline.

“Respeite a palavra, você tem que ouvir!”, continuou o vereador Raulzinho. “O senhor está me intimidando, apontando o dedo para mim. O senhor não queira me intimidar! Não vou aceitar, sente no seu lugar e me respeite!”, disparou a vereadora.

Na tentativa de acalmar os ânimos entre os vereadores, o presidente da CMM, tentou finalizar o discurso da colega de Casa. “Vossa excelência, no final do discurso de qualquer vereador, pode acolher ou não a fala e vossa excelência não é obrigada a conceder a ninguém. Quando concede uma parte ao vereador Raulzinho, precisa aguardar o término do discurso dele e após isso acolher ou não. […] Peço que todos os vereadores e ao restante do plenário, acalmemos os ânimos, vamos manter o decoro”, solicitou Caio André.

Ao continuar o discurso, o vereador Raulzinho comentou que chegou a fazer requerimentos solicitando reformas em escolas, por exemplo. “Quando as escolas recebiam algum tipo de serviço do Executivo, o gestor fazia reunião e diziam que era da professora Jacqueline”, explicou.

“É notório e bem claro que a Câmara está dividida. Agora, vossa excelência sempre ganhou suas eleições com esse aparelhamento. Agora que não está mais na base do prefeito, sobe a tribuna para dizer que isso é errado […] Quero lhe dizer, com todo respeito, já recebi vários gestores e professores que estão alegres porque eram pressionados a cumprir metas e votos por vossa excelência”, acusou Raulzinho.

Ao finalizar o discurso na tribuna, a vereadora afirmou que o colega confundiu aparelhamento com amizades e alegou que construiu amizades ao longo da carreira na educação pública e, por isso, possui votos dessa área.

“Eu acho que o senhor confundiu aparelhamento com amizades, experiência na educação, no hall em que eu adquiri ao longo da minha carreira pública […] Eu não tenho vergonha de dizer que eu tenho uma grande quantidade de votos de amigas minhas”, disse.

Ao falar sobre a denúncia que levou para a tribuna, a parlamentar comentou que falou em defesa dos diversos gestores que foram substituídos nas escolas. “Acho que tem um excesso na sua fala ao dizer que eu proibi diretor. Quem sou eu para proibir? A escola é pública e o senhor pode entrar em qualquer escola porque elas não são minhas […] Não seja leviano ao dizer que eu aparelhei, agora que eu tenho amigos que votam em mim, tenho!”, pontuou.

O Convergente entrou em contato com as assessorias dos vereadores Raulzinho e Professora Jacqueline sobre o ocorrido e aguarda retorno.

A equipe de reportagem também buscou informações da Secretaria Municipal de Educação (Semed) sobre a denúncia que ocasionou a discussão na CMM, e aguarda retorno.

Leia mais: Mandato de Peixoto na CMM está nas mãos do TRE-AM; Entenda

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Por Camila Duarte

Ilustração: Marcus Reis

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