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sexta-feira, novembro 1, 2024

Biden diz a CNN que foi difícil decidir pelo envio de bombas à Ucrânia

Biden disse que, embora a adesão da Ucrânia à Otan seja prematura, os EUA e seus aliados na Otan continuarão a fornecer ao presidente Volodymyr Zelensky e suas forças a segurança e o armamento de que precisam

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Em entrevista ao jornalista Fareed Zakaria, da CNN, na sexta-feira (7), o presidente Joe Biden afirmou que foi uma decisão difícil fornecer munições cluster à Ucrânia pela primeira vez. No entanto, ele foi finalmente convencido a enviar essas armas controversas porque Kiev “necessita” de munição para sua contraofensiva contra a Rússia.

No mesmo dia, a Casa Branca anunciou que o presidente havia aprovado a transferência de munições cluster para a Ucrânia. Esse é o mais recente caso em que os EUA fornecem armas para Kiev, apesar de uma resistência inicial do país em enviá-las para a guerra.

“Foi uma decisão muito difícil da minha parte. E, a propósito, discuti isso com nossos aliados, discuti isso com nossos amigos no Hill”, disse Biden, acrescentando: “Os ucranianos estão ficando sem munição”.

 

Sobre as munições

As munições cluster que os EUA enviarão à Ucrânia serão compatíveis com os obuses de 155 mm fornecidos também pelos EUA, uma peça-chave da artilharia que permitiu à Ucrânia reconquistar território no ano passado.

Biden disse a Zakaria que as munições cluster estavam sendo enviadas como um “período de transição” até que os EUA pudessem produzir mais artilharia de 155 mm.

“Esta é uma guerra relacionada a munições. E eles estão ficando sem munição, e estamos com pouca munição”, disse Biden.

“E então, o que finalmente fiz, aceitei a recomendação do Departamento de Defesa para – não permanentemente – permitir esse período de transição, enquanto obtemos mais munição 155mm, esses projéteis, para os ucranianos.”

Existem mais de 100 países, incluindo Reino Unido, França e Alemanha, que proibiram as munições sob a Convenção sobre Munições Cluster. Mas os EUA e a Ucrânia não são signatários da proibição.

“Eles estão tentando passar por essas trincheiras e impedir que os tanques rolem. Mas não foi uma decisão fácil”, disse Biden. “Não somos signatários desse acordo, mas demorei um pouco para me convencer a fazê-lo.”

Ele acrescentou: “Mas o principal é que eles têm as armas para parar os russos agora – impedi-los de parar a ofensiva ucraniana por essas áreas – ou não. E acho que eles precisavam deles”.

A decisão de fornecer munições cluster ocorre em um ponto crítico da guerra, já que os ucranianos têm lutado para obter grandes ganhos em sua contraofensiva contra a Rússia.

 

Biden vai a Europa

Biden está indo para a Europa no domingo para uma viagem de uma semana, incluindo uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Lituânia, onde a guerra da Rússia contra a Ucrânia – bem como a pressão de Kiev para ingressar na Otan – são questões-chave que pairam sobre a cúpula.

Antes dessa viagem, Biden disse a Zakaria que a guerra da Rússia na Ucrânia precisa terminar antes que a aliança considere adicionar Kiev às suas fileiras.

Biden disse que, embora a adesão da Ucrânia à Otan seja prematura, os EUA e seus aliados na Otan continuarão a fornecer ao presidente Volodymyr Zelensky e suas forças a segurança e o armamento de que precisam para tentar acabar com a guerra com a Rússia.

A pressão de Zelensky pela adesão à Otan estará entre as principais questões que pairam sobre o encontro.

“Não acho que haja unanimidade na Otan sobre trazer ou não a Ucrânia para a família da Otan agora, neste momento, no meio de uma guerra”, disse Biden.

“Por exemplo, se você fez isso, então, você sabe – e falo sério – estamos determinados a comprometer cada centímetro do território que é território da Otan. É um compromisso que todos nós assumimos, não importa a circunstância. Se a guerra está acontecendo, então estamos todos em guerra. Estamos em guerra com a Rússia, se for esse o caso.”

Leia mais: Ucrânia e EUA negociam armas para combater a Rússia

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Edição: Hector Santana, com informações da CNN

Foto: Tom Brenner/CNN

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