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sexta-feira, novembro 22, 2024

Exploração e tráfico de crianças serão combatidos em conjunto por órgãos do AM

O TJAM, a Corregedoria-Geral de Justiça e a Superintendência da PF assinaram um acordo para trocar informações e combater o crime contra crianças e adolescentes

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O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), a Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ/AM) a Superintendência da Polícia Federal no Amazonas vão passar a trabalhar juntos para combater a exploração infantojuvenil no Estado. Nessa segunda-feira (21), representantes dos órgãos assinaram um Acordo de Cooperação Técnica, com objetivo de promover um maior compartilhamento de informações entre eles para prevenir e combater o crime.

Além de facilitar essa comunicação entre o Judiciário e a PF, o ACT também prevê a realização de treinamentos para a manutenção adequada das informações compartilhadas e, ainda, a criação de uma base de dados com a autorização de viagens e emissão de passaporte de crianças e adolescentes para o compartilhamento, de forma sigilosa, de casos em que há suspeita de situações ilícitas relacionadas aos menores de idade.

A presidente do TJAM, desembargadora Nélia Caminha Jorge, destacou que a cooperação técnica entre os partícipes é uma forma eficiente e efetiva de otimizar recursos e compartilhar conhecimento de maneira mais ágil, além da habilidade e expertise das instituições, impactando no aprimoramento da prestação jurisdicional e na resposta ao cidadão. “Esta é uma conjugação de esforços entre os órgãos envolvidos, permitindo que sejam desenvolvidas soluções conjuntas e ações coordenadas com o objetivo de superar desafios, principalmente quando tratamos com o público infantojuvenil”, comentou a presidente.

O corregedor-geral de Justiça, desembargador Jomar Fernandes, ressaltou que o ACT vai estimular a colaboração e o diálogo entre o TJAM, CGJ e Polícia Federal. “Essa parceria vai criar uma sinergia institucional, auxiliando no aperfeiçoamento das atividades da Corregedoria, ao mesmo tempo em que buscaremos uma maior efetividade nas ações que possam prevenir e combater a exploração e o tráfico de crianças e adolescentes”, disse. Também estava presente na assinatura do ACT o juiz auxiliar da CGJ Áldrin Henrique Rodrigues.

Avanço

O superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Umberto Ramos Rodrigues, observou que a iniciativa representa um avanço significativo na troca de informações e de base de dados criminais. “Sem dúvida, contribuirá para o avanço de investigações por parte da Polícia Federal e, ao mesmo tempo, com insumos que o órgão pode oferecer ao Tribunal de Justiça na instrução de processos criminais. Além disso, temos também algumas ações de capacitação que podem ser entabuladas a partir do ACT nas áreas de investigação de crimes financeiros, por exemplo, um projeto de cooperação que a polícia Federal desenvolve com os estados”, afirmou o superintendente. “É uma iniciativa que nos aproxima, que promove uma integração efetiva entre Polícia Federal e o Tribunal de Justiça, sempre em defesa da sociedade e patrocinando ações que venham a combater o crime no estado”, completou.

A cooperação técnica entre o Judiciário e a Polícia Federal já tinha sido comentada pelo corregedor-geral de Justiça no final do mês passado após a divulgação das investigações sobre um suposto esquema de doutrinação religiosa e tráfico humano de crianças e adolescentes indígenas de São Gabriel da Cachoeira, município do interior do Amazonas, que estariam sendo levados para o exterior mediante promessas de uma vida melhor. As investigações da PF começaram a partir dos trabalhos da Correição Extraordinária na Comarca no início do ano, em parceria com a serventia extrajudicial do município.

Na época, observou-se uma grande quantidade de consentimentos de pais indígenas que autorizavam seus filhos menores de 18 anos, do sexo masculino, todos provenientes de famílias extremamente vulneráveis, a estudarem fora de seus domicílios, sempre solicitados por estrangeiros. “O que motivou o compartilhamento de informações com a Polícia Federal no Amazonas para as necessárias investigações. Além disso, adotamos todas as medidas cabíveis, no âmbito da Corregedoria, em razão de possíveis riscos a esses meninos e agora estamos assinando essa cooperação técnica para facilitar a troca de informações”, explicou o corregedor-geral de Justiça do Amazonas, desembargador Jomar Fernandes.

*Com informações da assessoria

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