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sábado, novembro 23, 2024

Ironia: Bolsonaro concede ‘Medalha do Mérito Científico’ a si mesmo

Negacionista costumaz, Bolsonaro concedeu a si mesmo a medalha que é, tradicionalmente, destinada a pessoas que contribuíram para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação no Brasil. O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, recebeu o título de chanceler. O ministro da Economia, Paulo Guedes foi nomeado no Conselho da Ordem, assim como Carlos França, das Relações Exteriores, e Milton Ribeiro, da Educação.

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O presidente Jair Bolsonaro concedeu a si mesmo mais uma medalha. Desta vez, a Grã-Cruz, o que o oficializa como grão-mestre, da Ordem Nacional do Mérito Científico. Trata-se de uma distinção concedida a personalidades brasileiras e estrangeiras como reconhecimento de contribuições científicas e técnicas para o desenvolvimento da ciência no Brasil. Foi instituída em 16 de março de 1993.

Outro a quem Bolsonaro resolveu conceder distinções foi aos ministros da Ciência e Tecnologia, o ex-astronauta Marcos Pontes, que recebeu o título de chanceler, e ao da Economia, Paulo Guedes, que será nomeado conselheiro da Ordem. O mesmo foi ofertado a Carlos França, ministro das Relações Exteriores, e a Milton Ribeiro, da Educação. As homenagens foram oficializadas por decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União, desta quinta-feira, 4/11.

Publicação da outorga: 

O que mais chama a atenção no caso de Bolsonaro é que o presidente não é uma personalidade brasileira que reconhecidamente contribui para o desenvolvimento científico do Brasil. Pelo contrário, mesmo antes de ser eleito, sempre manteve um discurso negacionista e de antagonismo à ciência.

Negacionista – Quando assumiu o cargo presidencial, Bolsonaro intensificou o discurso anticientífico e negacionista. Primeiro relacionado à questão ambiental. Negou dados, demitiu servidores de alto gabarito e virou inimigo número um dos biomas brasileiros, principalmente a Amazônia, o cerrado e o Pantanal.

Sua conduta desastrosa da pandemia de Covid-19, em que fez de tudo para induzir o povo brasileiro a não se proteger contra a contaminação, a infecção e a morte pelo novo coronavírus, além de negar o direito à vacinação, está fartamente documentada no relatório final da CPI da Covid.

Mais recentemente, o governo Bolsonaro cortou R$ 600 milhões de recursos na área de ciência e tecnologia, em menos de três anos de mandato, pegando de surpresa até mesmo seu ministro astronauta. Bolsonaro remanejou mais de 90% dos recursos que seriam destinados à pasta do colega agora agraciado com medalha.

Sem fundamentação – A concessão de medalhas sem fundamentação se tornou prática comum no governo Bolsonaro. Em junho, ele recompensou a atuação do comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que absolveu o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Ele havia participado de ato político no Rio de Janeiro, o que é vedado pela lei brasileira. Nogueira de Oliveira foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito da Defesa.

Por sua vez, o chanceler Carlos Alberto de Franco França, que substituiu Ernesto Araújo no Itamaraty, e o general Luiz Carlos Gomes de Mattos, presidente do Superior Tribunal Militar, além de outros seis militares, também receberam medalhas de méritos vários pelo governo Bolsonaro.

Pelo mesmo decreto, Bolsonaro condecorou a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito da Defesa. O presidente da Câmara dos Deputados e aliado do governo, Arthur Lira (PP-AL), também está entre os já condecorados com a Grã-Cruz.

Em agosto, houve entrega de medalhas do Mérito Oswaldo Cruz e da Ordem do Mérito Médico, que reconhecem aqueles que se destacam nas atividades científicas, educacionais, culturais e administrativas que trazem benéficos à saúde dos brasileiros.

Medalhas para família Bolsonaro – Na ocasião, Bolsonaro entregou medalhas novamente para Michelle Bolsonaro e também para os ministros Fábio Faria (Comunicações), Damares Alves (Direitos Humanos), Gilson Machado (Turismo), Carlos Alberto França (Relações Exteriores), João Roma (Cidadania), Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e Walter Braga Netto (Defesa). O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) também recebeu a honraria.

Em 22 de outubro, Dia do Aviador, o senador e filho “Zero Um” do presidente, Flávio Bolsonaro recebeu a Ordem do Mérito Aeronáutico. A honraria vai para quem prestou serviços notáveis à FAB. Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro é o que mais medalhas recebeu. Ao todo, Bolsonaro já concedeu mais de 10 medalhas para os seus familiares.

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Com informações Brasil de Fato

Foto: Carolina Antunes/Agência Brasil

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