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sábado, fevereiro 22, 2025

Prefeita de Maués pretende gastar cerca de R$ 7,2 milhões em contratos sem licitação

As informações constam no Diário Oficial dos Municípios do Amazonas (DOM-AM).

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Sem licitação e com o município em situação de emergência financeira e administrativa desde janeiro deste ano, a prefeita de Maués, Macelly Veras (PDT), pretende gastar cerca de R$ 7 milhões do dinheiro público da população em, pelo menos, três novos contratos. As informações constam no Diário Oficial dos Municípios do Amazonas (DOM-AM).

No início da semana, o portal O Convergente já havia publicado reportagem destacando outro gasto milionário da gestora de primeiro mandato, no valor de R$ 4,5 milhões, que teve como objetivo “atender as necessidades da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos do Município de Maués”.

Veja também: Prefeita usa situação de emergência para fazer contrato de R$ 4,5 milhões sem licitação em Maués

Os novos contratos com valores milionários foram publicados na edição desta quinta-feira, 20, no DOM. As empresas contratadas foram a MP Comércio de Produtos Hospitalares LTDA (CNPJ nº 27.762.305/0001-97), a Grape LTDA (CNPJ nº 08.220.661/0001-34) e a LR Comércio de Materiais de Saúde LTDA (CNPJ nº º 12.293.935/0001-92).

Vale lembrar que a prefeita tomou posse como a gestora do município em janeiro deste ano e, logo no início do mandato, decretou emergência alegando a “inexistência de documentos comprobatórios de processos licitatórios” da antiga gestão.

Um processo licitatório, que tem o objetivo de garantir a transparência, isonomia e eficiência na escolha da melhor proposta. A realização de um contrato sem licitação, sem que haja justificativa legal (como em casos de emergência), pode incorrer em diversos riscos legais e administrativos, como a perda do cargo, inelegibilidade e multas.

Contratos sem licitação

Na edição dessa quinta-feira, 20, no DOM-AM, a prefeita Macelly Cristina de Souza Veras, do partido PDT, homologou a Contratação Direta via Dispensa de Licitação Nº 90014/2025, que autoriza gastos que somam aproximadamente R$ 7,2 milhões.

De acordo com a publicação oficial, as três empresas contempladas com os contratos vão receber os seguinte valores: A MP Comércio de Produtos Hospitalares e Alimentícios LTDA vai receber o total de R$ 1.749.208,45; a GRAPE LTDA vai embolsar R$ 3.542.846,03; e a L R Comércio de Materiais de Saúde LTDA vai faturar R$ 1.992.912,25.

Os contratos têm o objetivo de futura e eventual aquisição, sob demanda, de material farmacológico para a manutenção dos serviços públicos de saúde para atender as necessidades da Secretaria Municipal de Saúde do Município de Maués, de acordo com as condições, quantidades e exigências estabelecidas em Termo de Referência.

As empresas

De acordo com dados pelo CNPJ das empresas no site da Receita Federal, todos os três empreendimentos tem a mesma atividade econômica principal: o comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, hospitalar e de laboratórios. O detalhe é que nenhuma delas tem sede localizada em Maués.

A MP Comércio de Produtos Hospitalares e Alimentícios LTDA está localizada em Manaus, no bairro Praça 14 de Janeiro. Fundada em 2017, a empresa tem R$ 2 milhões como capital social e como sócio-administrador, a empresária Andreza Lais Melo Prado.

Já a Grape Ltda, localizada no bairro Japiim, na capital amazonense, tem como sócio-administrador Helio Sandro Ribeiro da Silva e R$ 1 milhão como capital social, ainda segundo o site da Receita Federal.

Já a L R Comercio de Materiais de Saude Ltda, localizada no bairro Flores, também em Manaus, tem R$ 500 mil de capital social e a empresária Ianca Taina Sozuza da Silva Faria como sócia-administradora.

Mais contratos

Com menos de dois meses de mandato, a prefeita de Maués, Macelly Veras, já formalizou milhões em contratos. Segundo publicação na última segunda-feira, 17, no Diário Oficial dos Municípios do Amazonas, um desses contratos foi com uma empresa de construção, no valor de R$ 4,5 milhões.

Reportagem do portal O Convergente mostrou que o documento, assinado pela prefeita, apresentou como justificativa para a dispensa do processo licitatório a urgência na prestação de serviços de “conservação de vias públicas, como varrição, roçagem, capina, raspagem de guia e pintura de meio-fio e coleta de lixo no perímetro urbano”.

Outro lado

Assim como na reportagem anterior, a redação do portal entrou em contato com a Prefeitura de Maués e com todas as três empresas que formalizaram os contratos, solicitando um posicionamento sobre o procedimento. Até a publicação, contudo, sem retorno de ambos os lados.

Confira o despacho na íntegra:

20250220maues

 

Por: Bruno Pacheco
Ilustração: Marcus Reis
Revisão Jurídica: Letícia Barbosa

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