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segunda-feira, julho 8, 2024

Tacla Duran acusa ex-procurador da Lava Jato de receber propina em um suposto esquema de proteção na operação

A acusação foi feita na terça-feira (9), na condição de testemunha. Tacla Duran cita pelo menos quatro doleiros envolvidos no esquema, entre eles, o chinês Wu-Yu Sheng, já falecido

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O advogado Rodrigo Tacla Duran acusou em depoimento ao juiz Eduardo Appio da 13ª Vara Federal de Curitiba, o ex-procurador da República e da Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima, de receber pelo menos US$ 750 mil em um “esquema de proteção” na operação.

A acusação foi feita na terça-feira (9), na condição de testemunha. Tacla Duran cita pelo menos quatro doleiros envolvidos no esquema, entre eles, o chinês Wu-Yu Sheng, já falecido.

“Esses 750 mil dólares que o Wu recebeu nessa conta, ele entregou, em espécie, nos endereços dos escritórios […], escritórios dos quais esses valores se destinavam ao Dr. Carlos Fernando Santos Lima, do pai dele, que rotineiramente frequentavam esses escritórios”.

Tacla, que é réu por lavagem de dinheiro em outro processo da operação, foi ouvido pelo juiz Appio após ser indicado em um processo do ex-vice-presidente do Equador, Jorge Glas, que envolve a Odebrecht. O advogado trabalhou para várias empreiteiras alvo da operação, além da Odebrecht, para UTC e Mendes Junior.

No depoimento, Tacla disse que Wu recebia dinheiro dos advogados ligados ao procurador, sacava em espécie e entregava em escritórios para os valores serem repassados para Carlos Fernando.

Frente às acusações, o juiz enviou o caso para a Polícia Federal do Paraná (PF).
Tacla Duran também afirmou que os pagamentos faziam parte de um esquema de proteção que envolvia não só Wu, mas outras pessoas.

Ele também destacou que os pagamentos garantiram que Wu não fosse denunciado na operação no Paraná, mas não evitaram que o doleiro fosse acusado no braço da operação no Rio de Janeiro.

“Essa proteção, ela era praticada diante a cobrança de uma taxa para que o dr. Carlos Fernando se comprometesse à não persecução penal desses doleiros que participavam da mesada, entre eles o Wu. Ele passou a ajudar a pagar esse valor todo mês, por muito tempo”, disse Tacla Duran.

‘Perseguição’

Sobre a investigação da operação na Odebrecht, Tacla Duran afirmou que houve “perseguição” a executivos da empresa. O objetivo, de acordo com ele, era forçar delações, mesmo que não existissem provas.

Ele cita como exemplo o caso de um executivo do Equador que, na ausência de provas e frente à pressão da operação, “passou a montar, forjar provas, pra poder oferecer elementos aos procuradores para que se justificasse um acordo”.

“Essa era a regra do jogo naquele momento em Curitiba. Tem que deletar quem, e o que era exigido, se não quem estava preso, não tinha liberdade, e quem não tava preso era intimidado e coagido intensamente pra fazer o acordo.”

Segundo depoimento

Este foi o segundo depoimento de Tacla Duran à Lava Jato depois que o juiz Eduardo Appio assumiu a 13ª Vara Federal, em fevereiro deste ano.

Em março deste ano, quando era ouvido sobre o processo em que é réu por lavagem de dinheiro, Tacla Duran fez acusações contra o senador Sergio Moro (União Brasil) e o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos). Eles são, respectivamente, ex-juiz e ex-procurador da Lava Jato.

Na ocasião, Tacla acusou Moro de extorsão e Deltan de perseguição. Como ambos têm foro privilegiado, o caso foi ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os parlamentares negaram todas as acusações.

Leia mais: Uso de fentanil é tema de artigo na The Lancet Americas

Por informações do G1

Foto: Divulgação

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