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sábado, outubro 5, 2024

Enquanto população sofre com problemas estruturais em Manicoré, prefeito da cidade vai gastar mais de R$ 1,3 milhão em material de expediente

Prefeitura de Manicoré, comandada pelo prefeito Lúcio Flávio, fechou mais de três contratos para a compra de material de expediente do início do ano até agora. Só esta semana, ele virou alvo de duas ações Ministério Público do Amazonas por supostas irregularidades em processos licitatórios realizados no município

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Gastos milionários com publicidade e contratos investigados pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM). É assim que a atuação do prefeito de Manicoré, Lúcio Flávio (PSD), tem sido evidenciada na mídia nos últimos dias. A gestão do prefeito tem gastado milhões com material de expediente, enquanto moradores reclamam de melhorias em estrutura de ruas e escolas no município. Só esta semana, Lúcio Flávio virou alvo de duas ações no órgão ministerial.

As investigações, quanto ao uso do dinheiro público, não impedem a continuidade das licitações, sejam elas no mesmo seguimento investigado ou não. Só com a compra de material de expediente, como papei ofício, pastas, clipes, grampeadores, entre outros, a Prefeitura de Manicoré fechou mais de três contratos para a compra dos produtos só do início do ano até agora.

No mais recente, firmado no início de abril, a Prefeitura prevê um gasto que ultrapassa R$ 1,3 milhão. O mesmo, referente à Licitação na modalidade de Pregão Presencial Por Registro de Preço Nº 054/2022 – CPL/PMM, foi firmado “para aquisição de material de expediente para o paço e demais secretarias” do município.

Conforme as poucas informações descritas no Despacho de Homologação e Adjudicação, referente ao certame, duas empresas venceram o procedimento licitatório. Sendo a T. M. Bitencourt LTDA, CNPJ 40.011.521/0001-69, contratada para fornecer produtos como álcool em gel, canetas, pastas, clipes e outros produtos de escritório e papelaria, pelo valor global de R$ 850.860,00 (oitocentos e cinquenta mil oitocentos e sessenta reais).

Já a empresa Angelica de A. Ferreira, CNPJ 26.515.707/0001-24, fechou um contrato com a Prefeitura no valor global de R$ 504.213,00 (quinhentos e quatro mil duzentos e treze reais) para fornecer produtos como adesivos, pilhas, pastas, tesouras, entre outros.

Confira:

Gastos – Essa não é a primeira licitação feita pela Prefeitura para a compra do tipo de produto. Nos meses de janeiro e fevereiro, conforme mostrou uma matéria feita pelo Portal O Convergente, o prefeito de Manicoré já tinha contratado outras duas empresas para fornecer o material.

Os contratos firmados, por meio de duas licitações diferente, foram feitos com a justificativa de atender as necessidades das Secretarias Municipais de Educação e Saúde de Manicoré. As duas licitações, que resultaram na contratação das empresas para aquisição de materiais de expediente, somadas excediam o valor de R$ 1,3 milhão.

De acordo com o despacho de Homologação e Adjudicação do Pregão Presencial Nº 003/2022, a empresa Telles C. de Santana & Cia Ltda venceu sozinha a licitação, no valor aproximado a R$ 500 mil, para fornecer os materiais para a Secretaria Municipal de Educação (Semed).

A mesma empresa também venceu um dos lotes do Pregão Presencial Nº 017/2022, que teve como objetivo fornecer os produtos para a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Além dela, a empresa R N Albuquerque Brasil EPP também foi a ganhadora de um dos lotes da licitação no valor total de R$ 930.052,50 (novecentos e trinta mil, cinquenta e dois reais e cinquenta centavos).

Investigações MPAM – No início de maio o MPAM, por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Manicoré, instaurou um procedimento administrativo para fiscalizar a execução de obras de recuperação das vias públicas no município. O que, segundo o órgão ministerial não estaria acontecendo, mesmo com as inúmeras licitações, feitas pela Prefeitura da cidade, para a pavimentação das ruas desde o ano passado.

Em outra ação, o MPAM instaurou inquérito civil contra a Prefeitura de Manicoré, para apurar contratações de 630 profissionais para atuarem na área da saúde, por meio de contrato e sem a devida realização de concurso público. Além disso, o MPAM recomendou ao município a realização de um concurso público no prazo de seis meses, haja vista que a Prefeitura de Manicoré realizou o último concurso em 1998, há mais de 20 anos, e também que o prefeito Lúcio Flávio se abstenha de realizar novas contratações.

ExplicaçõesO Convergente procurou o prefeito de Manicoré, pedido esclarecimento quanto aos procedimentos instaurados pelo MPAM e a necessidade dos gastos com material de expediente. Porém, até a publicação da matéria não teve retorno.

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Da Redação

Fotos: Divulgação / Ilustração: Marcus Reis

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