Retornando à arena política, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, expressa o desejo de se envolver em campanhas municipais estratégicas para o Partido dos Trabalhadores, enquanto acredita que o partido necessita ‘repensar o seu papel’ para enfrentar a ‘força da direita’. A iniciativa de reabilitar Dirceu conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no entanto, gera apreensão em setores do PT.
Ultimamente, o ex-ministro esteve envolvido em articulações discretas, tendo refeição com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e conversas com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Dirceu expressa inquietação com os atritos entre o Congresso e o Palácio do Planalto, e com o fortalecimento da oposição. Em entrevistas, compromete-se a empenhar-se para que o PT se mantenha no governo por pelo menos 12 anos.
O ‘militante petista’ mantém contato com figuras políticas como o ex-presidente José Sarney e o senador Renan Calheiros, ambos do MDB. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), e o ex-chanceler Aloysio Nunes (PSDB), também fazem parte dessa lista.
O retorno após decisões judicias
Após três condenações que o tornaram inelegível devido aos casos do mensalão e da Lava Jato, José Dirceu busca anular suas sentenças por meio de uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a responsabilidade do ministro Gilmar Mendes.
A defesa solicita a extensão dos efeitos da decisão que beneficiou Lula, com base nas mensagens reveladas pela Operação Spoofing. Dirceu, otimista diante da reviravolta na Lava Jato, espera uma vitória jurídica que o tornaria elegível para as eleições de 2026. Se bem-sucedido, cogita o retorno à Câmara, da qual foi expulso em 2005 sob acusações relacionadas ao mensalão
Estratégias políticas
Em uma entrevista concedida à CNN, no dia 25 de janeiro, o ex-ministro destacou a importância de manter a coesão na esquerda como um imperativo para enfrentar os desafios políticos.
“Nós precisamos manter o Brasil, um projeto para o Brasil, uma coisa ampla, que envolva setores empresariais, que a gente consiga, principalmente, envolva a juventude brasileira, as classes médias, os empreendedores brasileiros”, concluiu Dirceu.
Com a intenção de apoiar o governo e a sigla de maneira discreta, o ex-ministro declarou: ‘Neste ano, participarei da campanha como cidadão e militante nas cidades definidas como prioritárias pelo diretório regional’. Nos bastidores, tem desempenhado um papel na construção de alianças.
José Dirceu, ex-presidente do PT, foi um dos articuladores junto a Marta Suplicy, influenciando sua decisão de aceitar o convite de Lula para retornar ao partido e ser vice na chapa de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela Prefeitura de São Paulo
Ilustração: Giulia Renata
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