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segunda-feira, julho 8, 2024

Dilma rebate Temer sobre impeachment: ‘A história não perdoa a prática da traição’

Declaração do emedebista e vice da ex-presidente em 2016, foi rebatida pela petista nesta sexta-feira, 22/7

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A ex-presidente da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Dilma Rousseff, contestou, nesta sexta-feira, 22/7, por meio de nota de repúdio, a declaração feita por Michel Temer (MDB) durante entrevista ao UOL concedida na quinta-feira, 21/7. Na ocasião, o emedebista afirmou que Dilma teria sofrido o impeachment por “falta de diálogo com o Congresso” e não por práticas ilegais, classificando a petista como ‘honestíssima’. Temer foi vice de Dilma e, segundo ela, autor da ação que resultou no impeachment da ex-presidente em 2016.

Horas depois, a ex-presidente rebateu em nota publicada em seus canais oficiais: “Lembro que a ‘dificuldade de diálogo com o Congresso’ não é razão legal e constitucional para impeachment em um regime presidencialista, como ele bem sabe.”

“Tal ‘dificuldade’ era uma integral rejeição às práticas do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, criador do Centrão, que queria implantar com o meu beneplácito o ‘orçamento secreto’, realizado, hoje, sob os auspícios de um dos seus mais próximos auxiliares na Câmara Federal”, esclareceu Dilma em outro trecho do seu texto.

Na publicação, a ex-presidente ainda pediu que o emedebista pare de tentar usar sua imagem para ‘limpar sua condição de golpista’. Ela ainda o classificou como ‘‘um dos maiores traidores de todos os tempos’.

“Eu agradeceria que o senhor Michel Temer não mais buscasse limpar sua inconteste condição de golpista utilizando minha inconteste honestidade pessoal e política. É justamente essa qualidade que despreza, rejeita e repudia uma avaliação que parte de alguém que articulou uma das maiores traições políticas dos tempos recentes”, escreveu Dilma.

No texto, Rousseff também rebate as alegações do antigo colega de chapa de que não teria havido golpe. “Este personagem se ofereceu como vice-presidente por duas vezes. E, assim, sabia por duas vezes qual era o programa político das chapas vitoriosas”, disse.

Segundo defendeu ela no texto, as provas de que foi traída por Temer seriam justamente as políticas adotadas no governo liderado pelo MDB, como teto de gastos e as reformas trabalhista e da previdência. As políticas, como ela diz, não faziam parte do programa de governo do PT. “Trata-se, assim, de traição ao voto popular que o elegeu por duas vezes”.

Dilma então finaliza o texto reforçando que, para ela, Temer seria um traidor e garante que não mais irá ‘debater’ com ele. “Relembro que a história não perdoa a prática da traição. O senhor Michel Temer não engana mais ninguém”, escreve. “O que se conhece dele é mais que suficiente para evitá-lo, razão pela qual não pretendo mais debater com este senhor”, conclui a ex-presidente em seguida.

Após a publicação do texto de Dilma, Temer tornou a se pronunciar. Em suas redes sociais escreveu que a réplica da ex-presidente seria ‘desarrazoada’ e, por isso, não mereceria resposta.

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Da Redação com informações da Carta Capital
Foto: Divulgação/Fotos Públicas

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