25.3 C
Manaus
quarta-feira, abril 23, 2025

OAB reage à decisão do STF que lacrou celulares de advogados e jornalistas

A restrição foi adotada nesta terça-feira, 22, pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Turma

Por

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou nesta terça-feira, 22, que irá peticionar ao Supremo Tribunal Federal (STF) para solicitar a revisão da medida que determinou a lacração de celulares de advogados, jornalistas e demais participantes do julgamento que tornou réus seis denunciados do núcleo 2 da trama golpista. A decisão foi adotada pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Turma, e causou surpresa e protestos da entidade que representa a advocacia brasileira.

“Nenhuma prerrogativa a menos!”, declarou o presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti. Ele afirmou que a entidade acompanha com “surpresa e irresignação” a restrição imposta pelo Supremo.

“A OAB reconhece a importância da segurança e da ordem nos julgamentos. No entanto, o uso de aparelhos para gravação de áudio e vídeo em sessões públicas é amparado por lei e constitui prerrogativa da advocacia, não podendo ser restringido sem fundamento legal claro e específico, sem prejuízo de responsabilização individualizada em eventuais excessos, de modo que peticionará à Corte solicitando ao ministro Cristiano Zanin a revisão da medida”, enfatizou Beto Simonetti.

Entenda o caso

Durante o julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra mais um grupo de acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado — ligados aos atos de 8 de janeiro —, todos os presentes foram obrigados a entregar seus aparelhos celulares logo na entrada da sessão. Os dispositivos foram lacrados em sacolas plásticas semelhantes às usadas em concursos públicos e devolvidos somente após o término da audiência.

A medida atingiu não apenas os acusados, mas também advogados, jornalistas, assessores e até mesmo o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que acompanhava a sessão. A restrição gerou espanto, já que nas fases anteriores do julgamento, realizadas em março, tal exigência não havia sido feita — inclusive, o ex-presidente Jair Bolsonaro esteve presente e chegou a realizar postagens nas redes sociais durante a sessão.

De acordo com a assessoria de imprensa do STF, a decisão foi tomada como resposta a violações das regras que proíbem gravações durante as sessões. Apesar disso, a TV Justiça transmitiu o julgamento normalmente em seu canal no YouTube.

Fique ligado em nossas redes

Você também pode gostar

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_img

Últimos Artigos

- Publicidade -