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quinta-feira, novembro 21, 2024

Quanto vai custar aos cofres públicos? Prefeitura de Manaus não informa gastos com cachês dos shows do ‘Sou Manaus’

Serão 15 atrações nacionais que vão se apresentar no evento, porém, até o momento, o prefeito David Almeida não informou se o cachê será pago pela Prefeitura ou por patrocinadores

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No último ano da gestão de David Almeida (Avante), o festival “Sou Manaus 2024” vai contar com shows de grandes artistas nacionais, que cobram cachês variados que vão de R$ 70 mil a R$ 900 mil. Apesar dos shows gratuitos para a população, é importante consultar os gastos que será feitos com o evento, porém, a Prefeitura de Manaus, até o momento, não deu detalhes sobre.

No ano anterior, o prefeito David Almeida afirmou que o evento contava com diversos patrocínios e, com isso, a Prefeitura de Manaus não arcaria com todos os custos. Vale lembrar que a grande atração de 2023 foi o DJ internacional David Guetta.

Este ano, o festival ocorrerá em setembro, porém, até o momento, informações sobre como o dinheiro será gasto ou detalhes dos pagamentos dos cachês de artistas ainda não foram divulgados pelo prefeito David Almeida.

O Convergente fez uma apuração detalhada pelo Portal da Transparência da Prefeitura de Manaus. Foram consultadas as licitações, inexigibilidade e licitações, despesas e até mesmo receitas – baseado nas últimas atualizações. Porém, gastos com os cachês dos artistas 15 artistas nacionais que se apresentarão no evento não foram divulgados.

A equipe de reportagem também buscou informações nas publicações do Diário Oficial do Município, mas, novamente, nada foi encontrado. No entanto, uma publicação de abril de 2024 faz a convocação para empresas privadas que queiram entrar como patrocinadoras do Sou Manaus.

Essas empresas tem a oportunidade de serem patrocinadoras com valores que vão de R$ 50 mil a R$ 1 milhão. Em diferentes pacotes, a Prefeitura de Manaus dividiu os patrocinadores em 6 tipos, e os mesmos podem ganhar stands e acesso ao front stage, e até mesmo lounge exclusivo. Vale ressaltar que o processo ainda está aberto e o anúncio dos patrocinadores do evento será feito apenas em agosto.

Apesar disso, não há informações se os valores que serão investidos pelos patrocinadores serão aplicados para o pagamento dos artistas nacionais no Sou Manaus.

Vale destacar que O Convergente buscou contato com a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos – Manauscult, pasta comandada por Jender Lobato, e questionou os valores dos 15 artistas e de como os cachês serão pagos. Passados 7 dias, ainda não houve retorno.

Valores

Em pesquisa, O Convergente buscou informações a respeito dos valores cobrados pelos 15 artistas nacionais que foram anunciados pelo prefeito David Almeida, e que devem se apresentar no evento. Os valores variam entre R$ 70 mil a R$ 900 mil.

O cachê mais alto é do cantor Wesley Safadão, que cobra em um único show o valor de R$ 900, de acordo com a pesquisa feita pelo O Convergente. O mais baixo seria do funkeiro MC Ryan SP, que cobra R$ 70 mil por show.

O valor total que pode ser gasto somente com o cachê das 15 atrações nacionais deve girar em torno de R$ 4,6 milhões. Vale destacar que o preço final foi baseado nas pesquisas on-line, uma vez que os valores oficiais não foram divulgados pela Prefeitura de Manaus.

Confira os valores de cada artista baseado na pesquisa do O Convergente:

– Luan Santana: R$ 500 mil
– Wesley Safadão: R$ 900 mil
– Luísa Sonza: R$ 100 mil
– Lorena Simpsons: não encontrado
– João Gomes: R$ 500 mil
– Alok: R$ 680 mil
– Matuê: R$ 150 mil
– MC Ryan SP: R$ 70 mil
– Pitty: R$ 250 mil
– Pixote: R$ 80 mil
– Manu Batidão: R$ 500 mil
– Titãs: R$ 350 mil
– Capital Inicial: R$ 150 mil
– Maneva: R$ 190 mil
– Xitãozinho e Xororó: R$ 250 mil

Polêmicas em 2023

A realização do ‘Sou Manaus’ em 2023 foi cercada por polêmicas. Faltando poucos dias para a realização do evento, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) suspendeu a venda de ingressos para o evento após denúncias de falta de transparência.

Na decisão monocrática, o conselheiro Josué Cláudio considerou a probabilidade do direito invocado e o perigo da demora, decidindo favoravelmente à medida cautelar, determinando que a Prefeitura de Manaus fosse notificada a apresentar documentos relevantes ao evento, no prazo de 24 horas, sob pena de suspensão da realização do evento.

Um dia após a decisão, a Prefeitura de Manaus recorreu ao TCE-AM, que autorizou a retomada da venda de ingressos. A decisão foi dada em uma reclamação para preservação do direito de defesa, ingressada pela Prefeitura de Manaus via Manauscult.

Já neste ano, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) iniciou uma investigação para examinar possíveis condutas impróprias na contratação de uma empresa pela Prefeitura de Manaus.

A investigação foi originada após uma denúncia recebida pelo órgão, em que informou que a empresa vencedora já estaria envolvida na organização do evento antes mesmo da publicação do edital de patrocínio Master.

Outro lado

Novamente, O Convergente entrou em contato com a Manauscult, além de também solicitar informações da Prefeitura de Manaus a respeito dos gastos com cachês de artistas no Sou Manaus 2024. Apesar do contato, ambas as assessorias não retornaram até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para esclarecimentos futuros.

Leia mais: Salvo por aliados: Transparência sobre gastos de David Almeida com tintas é derrubada na CMM

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Da Redação

Ilustração: Marcus Reis

Revisão: Letícia Barbosa

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