Yevgeny Prigozhin, líder do grupo de mercenários Wagner, assumiu publicamente uma campanha para destituir o ministro da Defesa da Rússia na sexta-feira (23). Nas primeiras horas de sábado (24) na Rússia, ele anunciou que suas forças chegaram a Rostov, uma região próxima à Ucrânia, e que não houve resistência por parte dos militares presentes nos postos de controle.
Prigozhin referiu-se aos recrutas nos postos de comando como crianças e afirmou que não está lutando contra eles. Ele declarou: “Mas vamos destruir qualquer um que esteja no nosso caminho, estamos avançando e vamos até o fim”.
Além disso, Prigozhin alegou ter derrubado um helicóptero do exército russo.
Segundo informações apuradas pela agência de notícias Reuters em vídeos das redes sociais, homens armados teriam chegado à sede da polícia regional do município de Rostov-on-Don. No entanto, ainda não há confirmação de que esses indivíduos pertençam ao grupo Wagner.
A Reuters também reportou que os mercenários assumiram o controle de prédios militares na cidade de Voronezh, localizada a aproximadamente 500 km de Moscou. No entanto, o exército russo está combatendo o avanço do grupo na região.
A FSB, agência de segurança da Rússia, emitiu uma ordem de prisão contra Prigozhin.
Grupo Wagner
O Grupo Wagner é uma empresa paramilitar privada com ligações com o governo russo. Eles já existiam antes da guerra na Ucrânia , mas quando a Rússia começou a perder muitos homens na Ucrânia, o Wagner começou a recrutar prisioneiros e civis russos, assim como estrangeiros.
Muitas vezes eles são o grupo de frente nas disputas na guerra da Ucrânia, e há muita troca de acusações entre Prigozhin e os comandantes do exército russo.
Prigozhin e o Wagner, que apoiam a invasão russa da Ucrânia, já vinham se desentendendo com o exército há meses. O grande rival de Prigozhin é o ministro da Defesa, Sergei Shoigu.
Nesta sexta-feira, ele afirmou que o Ministério de Defesa russo atacou um acampamento do grupo e que muitos de seus combatentes morreram. Foi então que ele afirmou que estava abertamente em confronto com o ministério.
Por volta das 20h desta sexta, no horário de Brasília, Prigozhin afirmou que o grupo havia atravessado a fronteira da Ucrânia sentido Rússia.
“Aqueles que destruíram nossos rapazes serão punidos. Peço que ninguém ofereça resistência. Somos 25 mil e vamos descobrir por que o caos está acontecendo no país”, disse o chefe do grupo Wagner. “Este não é um golpe militar. É uma marcha por justiça. Nossas ações não interferem de forma alguma nas tropas.”
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Edição: Hector Santana, com informações do G1
Foto: Reprodução/ Reuters