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quinta-feira, novembro 21, 2024

‘Não terei nenhum problema em fazer chapa com Alckmin para governar esse país’

Em coletiva nesta quarta-feira, Lula defendeu Alckmin e disse que o ex-tucano já se definiu como oposição ao presidente Jair Bolsonaro e ao governador João Doria, pré-candidato pelo PSDB à Presidência.

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O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira, 19/01, que não teria “nenhum problema” em compor uma chapa com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) nas eleições presidenciais deste ano. Em coletiva, Lula defendeu Alckmin e disse que o ex-tucano já se definiu como oposição ao presidente Jair Bolsonaro e ao governador João Doria, pré-candidato pelo PSDB à Presidência.

Alckmin foi convidado pelo PSB em dezembro a se filiar à sigla, mas ainda não respondeu. Ele também mantém conversas com o Solidariedade. A aliados, o ex-governador já afirmou que desistiu de concorrer novamente ao Palácio dos Bandeirantes e sinalizou que seu projeto para 2022 é o embarque na chapa do petista.

“Não terei nenhum problema em fazer chapa com o Alckmin para ganhar as eleições e governar esse país. Só não posso dizer ainda porque falta definir para qual partido ele vai, ver se o partido vai fazer aliança com o PT”, disse Lula, que no início da entrevista afirmou ainda não ter definido a própria candidatura. “Espero que o Alckmin esteja junto, sendo vice ou não, porque me parece que ele já se definiu como oposição não só a Bolsonaro como ao ‘dorismo’ aqui em São Paulo”.

Questionado sobre a viabilidade de aliança com Alckmin, Lula disse que nunca teve problemas na relação com ele nem com o senador José Serra (PSDB-SP), quando governaram São Paulo.

“Temos divergências, temos. Por isso pertencemos a partidos diferentes. Temos visões de mundo diferentes, temos. Mas isso não impede a possibilidade de que as divergências sejam colocadas em um canto e as convergências de outras para poder governar”, afirmou.

Ao ser perguntado sobre críticas feitas no passado pela esquerda a episódios e medidas ocorridas durante as gestões de Alckmin no governo de São Paulo, Lula defendeu o ex-adversário.

“Sinto que você construiu uma quantidade de defeitos para poder falar do Alckmin. Só quem não tem falado do assunto é o Alckmin e eu. Todo mundo fala todo santo dia. Todo mundo dá palpite. Mas você não vê uma fala minha, uma fala do Alckmin. Ele saiu do PSDB e não se definiu para qual partido vai. Ele não tem partido hoje. E eu não defini minha candidatura. Então não pode ter candidato nem vice”.

Na mesma coletiva, Lula disse que Alckmin precisa ser “melhor ou igual” a José Alencar, que foi seu vice nos dois mandatos. A formação de uma chapa Lula-Alckmin, porém, está longe de ser consenso em setores da esquerda e dentro do próprio PT, que têm intensificado as críticas a essa possível aliança.

A coletiva desta quarta foi a primeira concedida pelo ex-presidente este ano e restrita a jornalistas do Blog da Cidadania, Brasil 247, Diário do Centro do Mundo, Jornal GGN, Jornalistas Livres, Rede Brasil Atual, Revista Fórum e Tutaméia. Segundo Lula, a decisão de concorrer à Presidência só tem sentido “se tiver um compromisso de fé”.

“Não posso querer ser presidente para resolver problemas do sistema financeiro, dos empresários, daqueles que ficaram mais ricos na pandemia”, disse.

Aceno a militares – Lula fez ainda um aceno às Forças Armadas, disse que teve uma boa relação e de investimentos em seu governo, e que “não é possível balizar as Forças Armadas pelas pessoas que estão no governo hoje”, em alusão à aliança de militares com o presidente Bolsonaro.

Segundo Lula, não existe problema nas Forças Armadas, mas “falta de orientação”.

“Não posso balizar as Forças Armadas pelas pessoas que estão no governo. Essa gente não representa as Forças Armadas. Estou convencido que há um grupo de aproveitadores hoje. O (ex-ministro da Saúde Eduardo) Pazuello jamais poderia ser um general com a grosseria que ele tem, com a formação, com a ignorância que ele tem. Um homem como aquele não pode chegar a general. Um homem que pensou em ir à CPI de farda para ser mais respeitado. Não é a farda que mostra caráter. É a formação, o interesse de defender a soberania nacional”, afirmou.

Debates – Enquanto os nomes dos candidatos à Presidência da República não são confirmados, as emissoras de televisão já programam seus debates. Três emissoras já indicaram as datas em que devem promover debates entre os candidatos ao Palácio do Planalto.

A Band fará o debate em 4 de agosto; a Jovem Pan em 9 de gosto e a RedeTV! em 2 de setembro. Neste ano, o primeiro turno das eleições ocorre em 2 de outubro e o segundo turno em 30 de outubro.

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Com informações O Globo

Foto: Divulgação

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