A especialidade de uma das quatro empresas vencedoras de uma licitação, no valor de R$ 1,5 milhão, para aquisição de material esportivo no município de Atalaia do Norte levantou suspeita entre alguns moradores da cidade. Isso porque a empresa J Ribeiro Comércio de Produtos Alimentícios LTDA, mesmo tendo como atividade econômica a venda de alimentos vai receber da prefeitura, aproximadamente, R$ 452 mil pelo fornecimento de material esportivo.
A licitação vencida por ela e outras três empresas foi feita “para aquisição de material esportivo para atender as necessidades da secretaria municipal de educação da prefeitura municipal de Atalaia do Norte”. A homologação atestando as empresas como vencedoras do processo licitatório foi assinada pelo prefeito da cidade, Denis Paiva (PSC), dia 25 de outubro.
Porém, o documento só foi publicado no Diário Oficial dos Municípios do Estado do Amazonas no dia 3 deste mês. Posteriormente uma errata referente a publicação também foi publicada no Diário Oficial dia 13/11. O documento ajustou os valores divulgados anteriormente na publicação.
Licitação – Além da J Ribeiro Comércio, o Despacho de Homologação e Adjudicação do Pregão Presencial N.º 050/2021 atestou como vencedoras do certame as empresas J Rodrigues Vitor, que venceu um dos lotes por R$ 137.050,00; a Raimundo Emerson Lucas Tavera, pelo valor de R$ 444.607,50 e a V Nascimento Carvalho, que vai receber o valor global de R$ R$ 470.531,96.
O documento não descreve detalhes e prazos para entrega dos materiais. O contrato, conforme o Extrato de ARP Pregão Presencial SRP – 050/2021, tem validade de um ano e os valores serão pagos com orçamento do município referente ao exercício de 2021.
Confira:
Contestação dos moradores – Os moradores da cidade, além de reclamarem da compra feita de uma empresa não especializada para a venda de material esportivo, também não acham viável adquirir produtos de esportes enquanto o munícipio tem outras necessidades, inclusive a construção de escolas e melhorias na infraestrutura da cidade.
“Esses gestores não fazem algo pensando no emergencial. Vão fazendo licitações e licitações que, na maioria das vezes, não atendem aos anseios da população. Vão gastando o dinheiro público sem critérios e o povo sofre. Esse valor poderia, nesse momento, ser investido na construção de uma escola, por exemplo”, sugeriu um professor da cidade que preferiu não se identificar, mas que vive a realidade de um município que não investe na qualidade da educação.
Já outra moradora afirmou que a cidade está jogada as traças e o prefeito, ao invés de fazer “cruzetas”, deveria olhar mais para a cidade e para as necessidades dos cidadãos. “Tem várias ruas abandonadas no município, as áreas de saúde, educação, emprego e renda precisam de melhorias e mais investimentos. São tantas coisas. Seria interessante priorizar o que de fato é prioridade nesse momento”, opinou a moradora que optou pelo anonimato.
A Prefeitura de Atalaia do Norte foi procurada pelo O Convergente para mais informações sobre o contrato, no entanto, até a publicação desta matéria não houve retorno às demandas.
— —
Da Redação
Fotos: Divulgação / Ilustração: Marcus Reis