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quarta-feira, maio 15, 2024

Abin usou sistema de espionagem mais de 30 mil vezes nas eleições de 2020

Os investigadores analisam se Carlos Bolsonaro foi um dos principais beneficiários das informações ilegalmente produzidas pela contrainteligência clandestina durante o governo Bolsonaro

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As investigações sobre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), agora conhecida como ‘Abin Paralela’, estão avançando. Segundo O Globo, o sistema de espionagem ilegal ‘First Mile’ foi utilizado 30.344 vezes durante as eleições de 2020, no governo de Jair Bolsonaro (PL), a metade do número revelado anteriormente.

A Polícia Federal aponta que, no início da gestão do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, agora deputado federal (PL-RJ), o sistema foi usado 60.734 vezes. A ‘Operação Vigilância Aproximada’ encontrou 21.309 acessos em dispositivos móveis.

A PF indica que 1,8 mil pessoas, incluindo jornalistas, advogados, políticos, policiais e ministros do STF, foram monitoradas por serem consideradas adversárias pela gestão de Jair Bolsonaro.

A Polícia Federal conduz inquéritos eleitorais no Rio de Janeiro, reduto da família Bolsonaro, onde há suspeitas de uma suposta ‘Abin paralela’. Rodrigo Colli, especialista em contrainteligência cibernética, e Eduardo Arthur Izycki, oficial de inteligência, foram presos nessas investigações. A família Bolsonaro nega relação com o ‘sistema’.

A decisão que iniciou a mais recente fase da investigação revela visitas frequentes à máquina de espionagem, incluindo buscas na casa do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, suspeito de integrar o ‘núcleo político’ de uma suposta organização criminosa na Abin.

Os investigadores analisam se Carlos Bolsonaro foi um dos principais beneficiários das informações ilegalmente produzidas pela contrainteligência clandestina durante o governo Bolsonaro.

Uma lista impressa por Ramagem, identificada pela Controladoria-Geral da União, continha informações sigilosas sobre investigações eleitorais. Esses detalhes, datados de 20 de fevereiro de 2020, estavam vinculados à Delegacia de Assuntos Institucionais (Delinst), responsável pelas apurações eleitorais na Superintendência Regional da PF no Rio.

Os agentes apontam que as ações de Ramagem confirmam a linha de investigação sobre a existência de uma ‘Abin paralela’ como parte de uma organização criminosa, com a missão principal de realizar contrainteligência estatal.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, mencionou essa lista como evidência de interferência na Abin durante a gestão de Ramagem. A nomeação ocorreu logo após a citação à principal evidência que levou a PF a investigar Carlos Bolsonaro: o pedido feito por meio de sua assessora no gabinete de vereador a Ramagem, buscando ‘ajuda’ em um inquérito envolvendo Bolsonaro e seus três filhos.

Leia mais: Lula exonera Alessandro Moretti, diretor-adjunto da Abin

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