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sexta-feira, julho 26, 2024

Artigo: Arthur Virgílio fala em perseguição política ‘comandada’ por governador e senador

Conforme o ex-prefeito, ele recebeu uma notificação assinada pela promotora Cley Barbosa Martins, do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM), anunciando que seria processado por improbidade administrativa ao conceder gratificação de 500% a cinco servidores da Casa Civil da Prefeitura de Manaus.

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A perseguição política a minha família e a mim é fato notório. Perdem tempo e se envenenam porque inverdades não arranham uma biografia de 43 anos de vida pública sem rasuras. O esquema é pérfido porque é “comandado” pelo governador e seus patrões e por um senador cuja vida pública salvei a duras penas sem saber que, anos depois, ele seria acusado de envolvimento de proa com a chamada Operação Maus Caminhos. Aliás, é irônico que um senador, envolvido em desvio de dinheiro público destinado à saúde, possa ser indicado para presidir uma CPI que, supostamente, visa a encontrar e indiciar pessoas sem caráter, que tenham praticado a monstruosidade de subtrair dinheiro destinado à proteção de tantas vidas.

Recebi uma notificação assinada pela promotora Cley Barbosa Martins, do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM), anunciando que eu seria processado por improbidade administrativa, por ter, segundo ela, concedido gratificação de 500% a cinco servidores da Casa Civil da Prefeitura de Manaus. E a referida autoridade já estipula quanto eu teria de devolver aos cofres públicos, fala em condenação e eu quase me bendigo por não haver pena de morte no Brasil. Os cinco funcionários são: Alci Ferreira da Silva, Dolores Swamy Souza Melo, Glenda Ramos de Oliveira, Raimunda Moura Santos e Vinicius Lima de Queiroz.

Adianto aos meus conterrâneos e à ilustre promotora:
1 – Não reconheço nenhum desses nomes;
2 – Não assinei nenhum desses atos.

Segundo o que levantei, essas vantagens funcionais foram concedidas pelo meu vice-prefeito de então e por um vereador que, em período eleitoral, me substituiu em face de viagem que fiz para fora do Amazonas.

Uma vez esclarecido o mais que lamentável equívoco da eminente promotora, registro que improbidade é o senador Omar Aziz e seus parceiros terem desviado, segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), cerca de R$260 milhões na esteira criminosa da Operação Maus Caminhos. Improbidade é o esquema, já rotineiro, de assalto aos cofres públicos do Amazonas. Improbidade é o fantoche Wilson Lima ter adquirido ventiladores, e não respiradores, a valores superfaturados em casa de vinho.

Levando em conta o desejo incontido da respeitável promotora de fazer justiça, pergunto, com muito acatamento, em que pé estão as investigações sobre o escândalo debochado dessa compra de supostos aparelhos contra a Covid-19 em loja de vinhos? E as chacinas que acontecem comumente em Manaus e sempre parece que não aconteceram? Em que bolsos estão os dinheiros que deveriam ter servido para a construção da “Cidade Universitária”? Em que pé estão as investigações sobre a gangue da Maus Caminhos, que envolve dinheiro federal e estava sendo tocada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal e, de repente, passaram à esfera do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) e da Polícia Civil?

Essa manobra para tirar a Maus Caminhos do Ministério Público Federal, que tem sede de punir os celerados e entregar o caso para o Ministério Público do Amazonas, é um tapa na face dessa instituição tão digna. A sociedade vai entender que tem gente, com assento no Senado, que só trabalha com mesquinharias e intrigas e que julga ser bom para a quadrilha sair do MPF e da PF para a esfera estadual, como se a maioria do MP-AM não fosse composta de profissionais tão honrados quanto os do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

A quadrilha da Maus Caminhos também cuspiu na decente justiça do Amazonas, ao conseguir, a peso de politicagem e instinto de rato fugindo, retirar o feito da Justiça Federal, passando-o para o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJ-AM), que meu avô, desembargador Arthur Virgílio, tanto honrou, como se o perigo de punição não existisse no TJ-AM.

A quadrilha, além de roubar dinheiro que teria salvo milhares de vidas, ainda se acha com “legitimidade” para tratar o tradicional e vetusto Tribunal de Justiça do Amazonas como se ele fosse pasto para seus instintos insaciáveis de cleptomaníacos.

Esse, caros leitores e leitoras, é o primeiro capítulo da verdade. Até amanhã!

Sobre o autor

Diplomata, é diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do CPJUR – Centro Preparatório Jurídico, foi deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, Conselheiro da Presidência da República, ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos, três vezes prefeito da capital da Amazônia.

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