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domingo, janeiro 19, 2025

Professores protestam contra PL de Helder Barbalho e são reprimidos com spray de pimenta em Belém

O projeto de lei foi enviado pelo governador Helder Barbalho e aprovado em regime de urgência

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Na manhã desta quarta-feira, 18, professores da rede pública de ensino do Pará foram alvo de repressão policial enquanto protestavam em frente à Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), em Belém. A manifestação pacífica contra o Projeto de Lei n° 729/2024 terminou com o uso de spray de pimenta e balas de borracha para dispersar os manifestantes.

O projeto, enviado pelo governador Helder Barbalho e aprovado em regime de urgência, altera o Estatuto do Magistério, revogando direitos e precarizando as condições de trabalho dos professores, segundo sindicatos e educadores.

Entre as mudanças do texto, estão o aumento da carga horária, a alteração do conceito de “hora-aula” de 45 para 60 minutos sem reajuste salarial, e o fim de gratificações importantes, como as concedidas no Sistema Modular de Ensino (SOME) e durante o período de férias.

Impactos e indignação

Os professores afirmam que o PL 729/2024 representa um retrocesso histórico, comprometendo não apenas os direitos conquistados ao longo de décadas, mas também a qualidade da educação pública no estado. O aumento da carga de trabalho, sem contrapartida salarial, é uma das principais queixas.

Além disso, os docentes criticam a redução de valores da gratificação do SOME (Sistema Modular de Ensino), que afeta especialmente os que atuam em áreas remotas.

A votação do projeto foi concluída nesta quarta-feira, 18, com 27 votos a favor e 11 contra, apesar da pressão dos servidores e da sociedade civil. Entre os parlamentares que rejeitaram o texto estão representantes do PT, PSOL, PL, PSC, e AVANTE.

Repressão e resistência

O protesto, que havia começado de forma pacífica, foi interrompido quando a Polícia Militar utilizou spray de pimenta e balas de borracha contra os manifestantes, gerando cenas de correria e indignação.

Imagens de educadores em desespero e chorando chegaram a ser registradas e compartilhadas nas redes sociais. Em um vídeo,

Os sindicatos que representam os profissionais da educação prometem continuar a mobilização contra o que chamam de “desmonte” do magistério.

Por meio das redes sociais, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) denunciou a repressão e afirmou que não vai desistir de lutar pelos direitos dos educadores.

Outro lado

O Convergente entrou em contato com o governo do Pará e solicitou um posicionamento do governador Helder Barbalho sobre as pautas reivindicadas pelos educadores, além de questionar o motivo do uso da força policial no protesto realizado pela categoria. Até a publicação, sem retorno.

Após a publicação, a Polícia Militar do Pará e a Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), por meio da assessoria de comunicação do governo estadual, emitiram nota de esclarecimento ao portal O Convergente sobre as manifestações. Confira na íntegra:

NOTA PM
“A Polícia Militar informa que foi acionada para garantir o acesso dos Deputados estaduais que estavam sendo impedidos por manifestantes de entrar no prédio da Alepa para participar da Sessão Ordinária desta quarta-feira (18). Mesmo após tentativa de diálogo, houve arremesso de objetos contra os deputados e contra os agentes de segurança que estavam no local. A PM adotou medidas de contenção para garantir a ordem e o direito de ir e vir de todos. Dois manifestantes foram conduzidos até a Seccional do Comércio.”
NOTA SEDUC

“A Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) informa que o Projeto de Lei que trata da Nova Carreira do Magistério é uma política pública que visa trazer uma série de avanços importantes para o quadro de novos temporários. Concursados e outros cargos já existentes, não sofrerão alterações. De modo geral, as mudanças consistem na ampliação da progressão horizontal, maior valorização à titulação dos profissionais dentro da carreira, efetivação das progressões dos servidores, criação da Gratificação para professores em atuação no Programa Ensino Integral (PEI), criação de gratificações novas para funções e programas específicos, entre outros benefícios. A Seduc reforça que, atualmente, o Pará paga o melhor salário médio do país ao professor, no valor de R$ 11.447,48, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, e o segundo maior salário inicial da categoria entre as redes estaduais, no valor de R$ 8.289,87, 250% maior que o piso médio nacional, conforme levantamento do Movimento Profissão Docente.”

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