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sexta-feira, outubro 4, 2024

Candidato único, prefeito pecuarista com R$ 16 milhões em bens declara fuzil e quase 3 mil gados

Marcelância está entre os 214 municípios brasileiros que têm apenas uma candidatura ao cargo de prefeito, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM)

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Candidato único pela segunda vez seguida à Prefeitura de Marcelândia (a 712 quilômetro da capital Cuiabá, em Mato Grosso), Celso Padovani (UB), de 61 anos, pode ser reeleito neste domingo, 6, com apenas um voto. O gestor, que tem R$ 16 milhões em bens, um fazendeiro e pecuarista que declarou à Justiça Eleitoral ser dono de fuzil, pistolas, espingardas e revolver, além de 2.925 cabeças de gado.

Veja também: Preconceito religioso: No AM, prefeito diz que município está cheio de macumbeiro e dispara: ´é do satanás’

Marcelância está entre os 214 municípios brasileiros que têm apenas uma candidatura ao cargo de prefeito, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Em 2020, Celso Padovani foi eleito à Prefeitura sendo também o único a disputar o cargo. Na época, segundo declaração ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o gestor era proprietário de uma fazenda, loteamentos e 1.694 cabeças de gado, entre outros bens com valor total de R$ 10.539.466,84.

Fonte: DivulgaCand

Nas eleições deste ano, mesmo com Ensino Fundamental Incompleto, o patrimônio de Celso Padovani aumentou em R$ 5,5 milhões. De acordo com o DivulgaCand, o site de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais do TSE, o prefeito também declarou ser o proprietário de cinco fazendas. Segundo a plataforma, o fuzil declarado pelo gestor tem valor de R$ 17.491,31 e é da marca Taurus.

Fonte: DivulgaCand

Entre as cinco fazendas declaras pelo prefeito, três fazendas em Marcelândia e uma em Nova Santa Helena (MT) onde, segundo o site Brasil de Fato, Celso Padovani foi autuado, em 2011, pelo Instituo Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) por desmatar 54 hectares de floresta nativa em área de reserva legal e multado em R$ 272.680. O gestor entrou com recurso contra a punição, que está em análise.

O pecuarista também foi autuado pelo Ibama, em 2018, ainda segundo o Brasil de Fato, pelo desmatamento de 181 hectares da Floresta Amazônica na área da fazenda Novo Horizonte, em Marcelândia. O valor da multa ficou em R$ 910.000. O caso segue em aberto, em trâmite na Justiça.

Empresário

O prefeito é sócio da Celso Padovani & Cia Ltda, de nome fantasia Pronorte Colonização e CNPJ nº 03.655.322/0002-48, de acordo com o site da Receita Federal. A empresa é considerada uma das principais imobiliárias agrícolas do Mato Grosso.

Segundo o site De Olho Nos Ruralistas, a empresa é ré em uma ação civil pública movida em 2021 pela Força-Tarefa em Defesa da Amazônia (Amazônia Protege), que visa a recuperação de 6.117 hectares, desmatados sem autorização no imóvel Projeto Santa Rita, em Marcelândia.

A autuação ocorreu em 2007, por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo o processo, a empresa reincidiu na prática outras duas vezes, entre 2016 e 2018.

Outro lado

O Convergente entrou em contato com o candidato à reeleição, por meio da Ouvidoria da Prefeitura de Marcelância, e solicitou um posicionamento sobre o motivo de Celso Padovani ter armamentos pesados. A reportagem questionou ainda o andamento dos processos em que o prefeito enfrenta na Justiça e perguntou que projetos o político tem para diminuir enfrentar o desmatamento no município. Até a publicação da matéria, sem retorno.

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