Marcelo Ramos (PT) escolheu o domingo (04) para confirmar sua candidatura a prefeito de Manaus durante a convenção da Federação Brasil da Esperança (Fe Brasil), realizada no Sesi Clube do Trabalhador. Após longas especulações sobre o vice, o nome de Luiz Castro (PDT) foi anunciado como composição de chapa.
Nesta eleição para o cargo do Poder Executivo municipal, Ramos conta, além do seu partido, com seis partidos no arco de aliança: PCdoB, PV, PDT, Solidariedade, REDE e PSOL, que se uniram ao ex-deputado em apoio à sua candidatura.
Marcelo chegou a citar os valores da família e como serviu de exemplo para os irmãos ao ingressar no campo político, começando como líder estudantil, passando pelo cargo federal e pela vice-liderança no Congresso Nacional, e agora concorrendo ao pleito municipal em 2024.
“Nós temos algo que sustenta essa diversidade: é a democracia, a capacidade de dialogar com as diferenças e buscar o bom senso. Isso reflete como o homem deve se conectar com seu povo, movido pelo desejo de fazer o bem às pessoas”.
Ramos deixou claro que muitos duvidaram da divisão e do isolamento dos partidos de esquerda em Manaus.
“Não é uma simples aliança eleitoral para a eleição de 2024. É um projeto de reorganização, reordenamento e replanejamento de todas as democracias e progressistas de Manaus, e demonstra que aqui temos sete partidos unidos”, afirmou.
O nome de Castro, ex-deputado estadual, foi escolhido neste sábado (3), após uma reunião com representantes dos partidos de esquerda que colocaram à disposição seus indicados. O objetivo da reunião foi dar voz a todas as siglas do arco de aliança de Marcelo Ramos, e assim ficou decidido que o vice seria um dos nomes dos quadros do PSOL, PDT ou PCdoB. Em comum acordo, escolheram Castro.
O agora vice-candidato a prefeito e líder do PDT estadual foi conciso no discurso e citou os valores do partido e sua integração na chapa da federação petista.
“Nós falamos de esperança e valores. Não adianta fazer política sem ter valores e princípios. São convicções verdadeiras baseadas numa ética de valores, e o nosso partido decidiu apoiar Marcelo Ramos. Portanto, o nosso PDT está se integrando ao PT e demais partidos, trazendo seus valores […] para disputar com o campo da direita em Manaus, no nosso campo de centro-esquerda e esquerda no pleito. Por isso, aceitamos ser companheiros de Marcelo e vamos com confiança rumo ao segundo turno”, disse Luiz Castro.
O presidente do diretório municipal do PDT, engenheiro Machadão, foi breve ao dizer que a indicação de Castro para a chapa de Ramos veio do diretório nacional.
“Eu estou aqui para reafirmar que o presidente nacional do PDT, ministro da Previdência Carlos Nunes, nos instruiu a indicar Luiz Castro para caminhar junto com Marcelo Ramos”, afirmou Machadão.
Meses atrás, a indicação do ex-deputado federal Marcelo Ramos foi articulada entre Omar e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-congressista filiou-se ao PT e recebeu um telefonema de Gleisi Hoffmann, da direção do partido, convocando-o para uma reunião com o presidente Lula.
O encontro com o líder da federação que integra as siglas PT, PCdoB e PV aconteceu no Rio de Janeiro. “O presidente Lula foi bem direto e perguntou se eu aceitava ser candidato, representando o PT. Eu respondi que sim. Ele disse: ‘Você é meu candidato agora, vamos liderar o estado [Amazonas]’, o que foi concretizado”, relatou Ramos.
Lula ainda confirmou a candidatura majoritária do progressista no início do mês passado por decisão da executiva nacional da federação, e, no fim do mês, às vésperas de oficializar a candidatura, Ramos se encontrou novamente com Lula em Brasília.
“Atendendo a um convite do presidente Lula e do Ministro Padilha, estive hoje em Brasília. Acompanhei uma importante agenda nacional e, é claro, tive mais uma produtiva conversa sobre o futuro de Manaus”, havia afirmado o agora candidato sobre o encontro com Lula.
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No ato partidário, o congressista lembrou o convite de Lula.
“Eu recebi o convite do presidente Lula e a caminhada começou quando unimos as lideranças de esquerda, após muitos duvidarem que as siglas esquerdistas estariam juntas nesta candidatura. Esse é um caminho longo, dolorido e difícil, que leva mais tempo para crescer nas pesquisas, e é o único caminho para o crescimento nesta jornada”, declarou o candidato.
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Antes da definição oficial de Castro como vice, o nome de duas ativistas surgiu como cotado para a composição da chapa de Marcelo. Vanda Witoto, líder da Rede, foi mencionada por ele como possível vice, e, nesta sexta (2), Natália Demes, presidente e pré-candidata do PSOL, postou nas redes sociais, assim como Ramos, sobre um encontro em que dialogaram sobre o “fortalecimento da democracia”.
“Tivemos uma conversa excelente. Debatemos sobre as convergências em nossos programas para nossa Manaus, pois estamos comprometidos no fortalecimento da democracia”, disse Demes.
O candidato à Prefeitura de Manaus agradeceu à integrante do PSOL que abdicou de sua pré-candidatura em apoio ao campo democrático e progressista na cidade.
“Quero agradecer à presidente do PSOL Amazonas, Natália Demes, que retirou seu nome para me apoiar nessa jornada. Metade de suas propostas e mais metade das nossas serão priorizadas nesse campo progressista”, disse Marcelo Ramos.
Na convenção que homologou as candidaturas de Ramos e Castro, a federação PT, PCdoB e PV oficializou 42 candidatos à vereança, sendo 27 homens e 15 mulheres para a Câmara Municipal de Manaus.
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Por Ronaldo Menezes
Ilustração: Marcus Reis
Revisão: Letícia Barbosa