Em assembleia-geral realizada no dia 29 de abril, a prestação de contas do exercício de 2023 de Wilson Reis, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amazonas (Sinjor-AM), foi reprovada. A decisão contou com 11 votos contra e sete a favor. Devido à reprovação das contas, Wilson ficará inelegível para a próxima eleição do sindicato, prevista para 2026. Reis ocupa o cargo de presidente há mais de 10 anos.
No entanto, o presidente do Sinjor-AM está tentando reverter a decisão com um ato ilegal, na tentativa de anular a assembleia anterior. Reis convocou uma nova reunião para as 19h desta terça-feira (4), com a diretoria executiva do sindicato. A convocação foi feita sem a publicação da ata da reunião executiva em cartório e fora do prazo legal para o julgamento da prestação de contas do ano passado, que era até o dia 30 de abril.
A vice-presidente do Sinjor-AM, Paula Litaiff, eleita em dezembro de 2022 para o período de 2023–2026, solicitou acesso aos documentos fiscais relacionados à captação de recursos, mas teve seu pedido negado. Litaiff aceitou o convite para formar chapa com Wilson Reis sob a promessa de uma gestão conjunta e transparente, com o objetivo de auxiliar a categoria de jornalistas.
No documento emitido em 29 de abril, Wilson Reis deixou de mencionar que todos os jornalistas sindicalizados deveriam estar com a anuidade de 2024 em dia. Aqueles que participaram da votação não haviam quitado a anuidade de 2023 há mais de um ano e não foram notificados sobre o atraso no pagamento para o ano atual.
Na segunda convocação, Wilson comunicou que os sindicalizados habilitados para votar deveriam estar “em dia com as obrigações estatutárias”, sem oferecer detalhes específicos sobre quais seriam essas obrigações.
As contas referentes a 2023 foram rejeitadas devido a irregularidades encontradas no balanço patrimonial do sindicato, tais como doações não registradas, ausência de documentos fiscais, notas fiscais danificadas ou ilegíveis, e débitos não identificados no extrato bancário. No último ano, o sindicato movimentou mais de R$ 157 mil, sendo a maior parte proveniente de recursos públicos.
A reportagem solicitou nota do sindicato sobre a decisão que tornou o atual presidente inelegível. Até o momento, não obtivemos retorno do Sindjor-AM.
Confira o documento:
Ata Assembleia Sinjor-AM
Ilustração: Marcus Reis