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sexta-feira, maio 17, 2024

“Eu não tenho grupo político, mas duvido me ganhar no argumento”, diz Wilker Barreto durante programa ‘Debate Político’

O deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Manaus foi o convidado da semana da nova temporada do programa Debate Político, apresentado pela CEO da empresa Érica Lima

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No episódio da nova temporada do programa “Debate Político”, O Convergente recebeu, na última terça-feira (30), o deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Manaus Wilker Barreto (Mobiliza). O programa foi apresentado pela CEO da empresa Érica Lima, e exibido pela TV Rede Onda Digital, através do canal 8.2, e pelo canal do Youtube da Rede Onda Digital.

Ao iniciar a entrevista, Wilker Barreto falou sobre sua atuação na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), onde é o único deputado opositor ao governo de Wilson Lima (UB). O deputado destacou algumas leis que são de importância para o Estado, e outras que ainda precisam ser sancionadas pelo governador.

“Tenho várias leis aprovadas, outras que precisam sair do papel, como a lei que garante o intérprete de libras para os surdos nos hospitais […]. Temos muitas leis já em funcionamento, mas o que lutamos diariamente é que o dinheiro do contribuinte chegue na sua destinação final”, disse.

Ao comentar sobre a oposição que faz contra o governo Lima, ele afirmou que é sim oposição, mas que se o projeto enviado pelo governador for benéfico para a população, se posiciona a favor. “Sou oposição aquilo que é errado, se tiver coisa boa, lógico que sou a favor. Não é 100% de erro que tem o Wilson [Lima], mas eu queria que ele acertasse mais do que erra”, afirmou.

Com relação ao relacionamento com os demais deputados, Wilker Barreto destacou que a convivência com os colegas de Aleam é cordial, e enfatizou que o seu posicionamento é feito na tribuna. “Eu me posiciono na tribuna, o meu relacionamento com meus pares é cordial, faço meu trabalho, respeito o posicionamento deles”, comentou.

“Eu não levo nada para o pessoal, eu não sou inimigo do Wilson, eu sou adversário dele […]. Eu sou oposição, eu me posiciono, se precisar ter na tribuna da Assembleia debates duros, eu vou me posicionar sobre aquilo que eu acredito […]. A essência de um parlamentar é ter coragem de falar para aqueles que você representa. Para mim, parlamentar que não fala, como é que representa?”, pontuou.

Ao ser questionado sobre uma nota para a atuação dos colegas de plenário, ele classificou todos com a nota 5, uma vez que acredita que os deputados estaduais precisam cobrar o governo. “Dou nota 5, estão passando na média. Poderíamos cobrar mais e fiscalizar mais o governo. Tem muitos deputados que defendem suas bandeiras, acho legal, mas o nosso trabalho é fiscalizar o governo”, disse.

Mudança partidária

O deputado também falou sobre a sua saída do Cidadania e a migração para o Mobiliza, que teve aval do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM). Barreto deixou a sigla após a federação Cidadania-PSDB apoiar a pré-candidatura de Amom Mandel (Cidadania), dias após Barreto colocar seu nome à disposição como pré-candidato a prefeito.

No Debate Político, ele afirmou ser “natural” a sigla ter interesse na pré-candidatura de Amom, e enfatizou que deixou o Cidadania por incompatibilidade de interesses.

“É natural o partido ter interesse na pré-candidatura do Amom [Mandel], eu entendi isso e respeitei, mas também respeitei meu posicionamento e construí minha saída. Houve uma incompatibilidade política de interesses”, esclareceu.

Pré-candidatos

Wilker Barreto também falou sobre o cenário de pré-candidatos na disputa pela Prefeitura de Manaus. De acordo com ele, os adversários conhecem a sua personalidade. “Os pré-candidatos ao governo ou a prefeitura sabem a minha pegada, eu me considero um tribuno. Eu não tenho grupo político, não tenho poder financeiro, mas eu duvido me ganhar no argumento”, disse.

O deputado estadual ainda afirmou acreditar que existem pessoas preparadas para a eleição, mas que precisa convencer os eleitores que ele é o mais preparado entre os nomes à disposição. “Eu sou de direita e eu respeito quem é de esquerda, mas eu vou governar para ambos. O meu maior adversário é os problemas de Manaus”, disse.

Barreto ainda afirmou que “o maior medo” durante a pré-campanha é que seja feita uma polarização entre esquerda e direita. “O meu maior medo nessa pré-campanha é que tragam as questões ideológicas de esquerda e direita e esqueçam o principal objetivo que a população quer saber, que é os problemas da cidade”, revelou.

Ao fazer uma análise do cenário de nomes, ele acredita que a população tem quatro pré-candidaturas de direita, enquanto a esquerda tem apenas duas. “Hoje temos 4 pré-candidaturas de direita: Eu, Maria do Carmo, Alberto Neto e Roberto Cidade. Alberto Neto é o pré-candidato do Bolsonaro, mas se o Bolsonaro passasse um mês aqui vendo o Amazonas do jeito que está e sabendo que o Alberto é apoiado pelo Wilson Lima, Bolsonaro iria repensar isso”, afirmou.

Debate

Ainda sobre os pré-candidatos, Wilker Barreto comentou sobre o primeiro debate político entre os nomes à disposição, que ocorreu no mês de abril em Manaus. Somente Wilker Barreto, Alberto Neto (PL), Maria do Carmo Seffair (Novo) e Marcelo Amil (PSOL) compareceram ao debate.

Para ele, os adversários estão falando muito em propostas para a cidade, mas não estão focando no dinheiro do orçamento. “Para contratar médico tem que ter dinheiro, para fazer creche tem que fazer dinheiro. Uma coisa que estou falando é que se não tiver economia, controle de gastos, enxugamento da máquina, esqueça!”, disparou.

Jogo das Cartas

Ao participar do Jogo das Cartas do Debate Político, Wilker Barreto fez a avaliação de alguns políticos. O primeiro foi o presidente Lula (PT), o qual o deputado classificou com a nota 5.

“Acredito que ele não está fazendo um bom governo, principalmente na política fiscal. As contas do governo não estão boas […] Hoje o governo dele é 5, nesse ritmo reprova”, disse.

O prefeito de Manaus David Almeida (Avante) foi o segundo político que Barreto fez uma análise. Na opinião dele, o atual chefe municipal está abaixo da média. “Assumiu uma prefeitura e não fez gestão. Prometeu 40 creches e não estamos nem perto disso, não enxugou a máquina. Como é que quer acertar?”, questionou.

“O David precisa melhorar muito a questão emocional dele. Para ser prefeito de Manaus, tem que saber receber crítica […]. Se você escolhe estar na vida pública, como que você não tem capacidade de receber uma crítica?”, completou.

Além disso, o deputado estadual também fez comentários sobre o ex-colega de Aleam Ricardo Nicolau (SD), e opinou sobre ele ser cotado como vice na chapa de Amom Mandel.

“Nunca vi co-piloto pilotar avião. Quando você fala que o vice tem que ter mais experiência que o titular, quem pilota avião é piloto. Quando você precisa colocar alguém de mais experiência para tentar equilibrar, quem administra é o prefeito, não o vice”, disse.

Apesar de seguirem posicionamentos contrários, Wilker Barreto avaliou o senador Omar Aziz (PSD) com a nota 7. Na avaliação, ele afirmou que o parlamentar é um bom político e que ajuda, principalmente, o interior do Amazonas.

“Ele é um cara que para mim é nota 7, porque ele é uma pessoa que traz recursos para o Amazonas. O alinhamento político dele é que eu sou contrário. Mas, é inegável, ele traz recursos para o Amazonas”, destacou.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi outra imagem sorteada no Jogo das Cartas e, de acordo com pré-candidato, é preciso que a direita permaneça unida para se fortalecer no pleito 2024 e em 2026. No entanto, ele criticou outros pré-candidatos que não possuem uma pauta, além de se sustentarem no bolsonarismo.

“Me acharia muito pobre se eu fosse candidato da direita e me elegesse só sendo candidato do Bolsonaro. Será que esse é o único pré-requisito que Manaus, que a direita vai usar, para eleger um prefeito?”, afirmou.

Por fim, ao falar sobre Roberto Cidade como presidente da Aleam, ele ressaltou que mesmo estando em lados opostos, ambos possuem uma boa relação. “Ele é um presidente que não me atrapalha, daria 8 para ele. Sou um duro opositor, temos um bom relacionamento, mas ele está de um lado e eu de outro […]. Foi isso que me levou a votar nele como presidente, ele sabe que eu sou oposição e que não vou mudar, mas nem por isso sou destratado”, disse.

Veja a entrevista na íntegra:

Leia mais: “Nosso desafio é poder concorrer com grandes centros de tecnologia”, diz superintendente da Suframa Bosco Saraiva durante programa ‘Debate Político’

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Por Camila Duarte

Foto: Marcus Reis

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