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sexta-feira, julho 26, 2024

Governo Federal e MPF apuram denúncia de que garimpeiros ilegais engravidaram 30 adolescentes Yanomami

Segundo o Ministério dos Direitos Humanos, há 22 suspeitas de omissões do governo anterior no combate à tragédia Yanomami

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O Governo Federal apura a denúncia de que 30 meninas Yanomami engravidaram de garimpeiros ilegais na Terra Yanomami, em Roraima. A informação foi repassada pelo ministro de Direitos Humanos (MDHC) e da Cidadania, Silvio Almeida, durante entrevista concedida à GloboNews. O Ministério Público Federal (MPF) também vai investigar o caso.

Segundo o ministro, as informações chegaram por meio das equipes que foram deslocadas, na semana passada, até às terras indígenas, para apurar possíveis violações aos direitos da população Yanomami, quando foram feitos relatos sobre a gravidez dessas jovens Yanomami e que estariam grávidas de garimpeiros.

“Estamos fazendo um relatório de violação de direitos humanos neste contexto, e a Secretaria Nacional da Criança e do Adolescente, ao colher as informações, chegou a informação de que haveria ao menos 30 adolescentes grávidas dos garimpeiros.”, disse ele durante a entrevista.

Uma das primeiras reuniões ocorreu com lideranças locais. Após ouvi-los, os secretários afirmaram que os indígenas vivem um “cenário de insegurança” no território.

O relatório também citava que indígenas eram embriagadas antes de serem estupradas pelos invasores. “Os garimpeiros estupraram muito essas moças, embriagadas de cachaça”, afirmava outro depoimento.

Crise sanitária – Maior território indígena do Brasil, a Terra Yanomami enfrenta uma das piores crises sanitárias da história em três décadas de demarcação. Devido ao avanço do garimpo ilegal na região, crianças e adultos enfrentam casos severos de desnutrição e malária.

A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente, com desmatamento, poluição de rios com mercúrio e prejuízos para a caça, de onde saem recursos naturais dos indígenas.

O relatório também citava que indígenas eram embriagadas antes de serem estupradas pelos invasores. “Os garimpeiros estupraram muito essas moças, embriagadas de cachaça”, afirmava outro depoimento.

Possíveis omissões – O Ministério da Saúde afirma que a gestão de Bolsonaro (PL) não cumpriu solicitações para atender os indígenas doentes nas comunidades e estima que 570 crianças morreram de causas evitáveis nos últimos quatro anos.

Segundo o Ministério dos Direitos Humanos, há 22 suspeitas de omissões do governo anterior no combate à tragédia Yanomami.

Informações falsas – O Supremo Tribunal Federal apura se o governo Bolsonaro prestou informações falsas sobre assistências oferecidas ao povo Yanomami. O ministro Luís Roberto Barroso determinou que autoridades sejam investigadas por suspeita de crime de genocídio.

Quando foi deputado federal, em 1993, Bolsonaro propôs o fim da demarcação de terras para os Yanomami porque, dentre outros motivos elencados por ele, aquela região era rica em “madeiras nobres e metais raros”.

 

Da Redação com informações g1

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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