O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos oficializou sua saída do Partido Libera (PL) na tarde desta terça-feira, 7/12. O anúncio, feito em coletiva de imprensa, ocorreu horas após Ramos ter sacramentado sua saída do PL com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto. O encontro ocorrido na manhã de hoje foi anunciado pelo deputado com exclusividade em entrevista concedida ao Portal O Convergente, nesta segunda-feira.
A saída de Ramos do PL, onde estava desde 2004, já era prevista desde as especulações da filiação de Bolsonaro no partido. O que ocorreu na semana passada.
Ao anunciar oficialmente sua saída do PL Ramos falou sobre conservadorismo, conversas partidárias e afirmou que deve seguir os rumos naturais da política disputando uma reeleição em 2022. Ramos afirmou que terá tempo para escolher um novo partido e que no momento oportuno tomará sua decisão.
Questionado sobre sua postura mais liberal e a ida para partidos considerados conservadores, Marcelo Ramos disse que muitas pessoas confundem o ser conservador com ideologias e afirmou que a política precisa pensar em pautas civilizatórias.
“Tem muita confusão de conceito. Os caras pegam maluquice e chamam de conservadorismo. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Talvez até eu seja um conservador em muitos temas. Aborto, liberação de drogas. Eu tenho uma posição que não é uma posição, se é que podemos chamar, progressista”, disse.
Para ele, tem coisas nesse momento mais relevantes para os políticos se concentrarem. “Prefiro centralizar nas coisas que nos unem, no que é civilizatório. Direito a comer, trabalhar, direito a Justiça, meio ambiente. Essa pauta não é de direita nem de esquerda, nem de conservador e nem de progressista, é civilizatória”, pontuou.
Para o deputado, mesmo que cada um tenha uma opinião em vários assuntos e aspectos é preciso pensar essas pautas de forma coletiva.
“Cada um tem sua forma de enxergar, mas essa não é a pauta que nos divide. É uma pauta que nos faz convergir. A convergência, o diálogo é onde a boa política se encontra. A boa política não se encontra nos extremos e eu não estarei nos extremos” afirmou ele ao citar um dos pontos sobre a escolha do novo partido.
Sobre estar no palanque e em partidos de pré-candidatos à presidência, Marcelo Ramos foi enfático ao garantir que entre todos os nomes já citados não estará, de forma alguma, no palanque de Bolsonaro.
“Nessa eleição só tem um extremo. Que é o presidente Bolsonaro. O resto não é extremo. Eu só não estarei no palanque do Bolsonaro. Onde estarei o tempo vai dizer e o que cada um vai apresentar para solução da superação da crise do país”, afirmou.
Questionado se sua saída do PL teria influência também em articulações para concorrer ao governo do Amazonas, Marcelo Ramos garantiu não ter pensado nisso.
“Isso não foi um elemento da minha análise, mas talvez tivesse mais dificuldade de disputar o governo pelo PL”, afirmou completando que deve mesmo concorrer à reeleição a deputado federal. “O caminho natural é que eu seja candidato à reeleição”, completou.
Confira:
Liberado – O presidente nacional do PL, Valdemor Costa Neto, divulgou carta hoje autorizando a desfiliação do deputado federal amazonense Marcelo Ramos da legenda, sem que isso signifique entrar com um processo pedindo o mandato dele.
Conforme a carta, as divergências político-partidária causam constrangimentos políticos para ambas as partes e em respeito aos princípios constitucionais e a expressa vontade do povo do Amazonas o PL consigna anuência à desfiliação do deputado Marcelo Ramos.
Confira:
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Por Izabel Guedes
Foto: Divulgação
