Enquanto a cidade amanheceu com medo, sem transporte coletivo e sem os serviços essenciais funcionado, grande parte dos vereadores da cidade parecem não se importar com os fatos ocorridos na capital no último final de semana e se mantiveram calados. Isso porque, com as atividades suspensas na Câmara Municipal de Manaus (CMM), como medida de segurança, os parlamentares parecem ter esquecido a possibilidade de fazer uma sessão virtual nesta segunda-feira, 7/6.
Os poucos que se manifestaram fizeram isso ontem por meio de suas redes sociais, alguns chegaram a declarar que a segurança pública não era competência do parlamento municipal. Foi o caso do vereador Amon Mandel (PODE) que foi bastante criticado pela declaração de que “o momento crítico de segurança pública na capital não é atribuição dos vereadores”.
“Embora não seja uma atribuição dos vereadores, ser político é mais do que isso”, diz a publicação. “Segurança pública é responsabilidade de todos. Está na lei vereador. Ou você acha que ficar no gabinete tudo vai ser resolvido. Existem medidas que um vereador pode tomar sim”, reclamou um internauta.
O vereador Capitão Carpê (Republicanos), que é presidente da Comissão de Segurança Pública Municipal da CMM, divulgou em suas redes sociais sobre uma série de ações que estaria fazendo ainda no domingo, 6/6. O vereador destacou o encontro com integrantes da cúpula da Segurança Pública do Estado, entre outras iniciativas. Apesar disso, o vereador que fez várias cobranças e atribuiu a responsabilidade ao Governo do Estado, recebeu críticas, mas também apoio dos seguidores.
Em um dos comentários, o internauta questionou: “O que falta fazer meu amigo?? Para de fazer tuas lives e tenta resolver isso??”, reclamou. Outro seguidor parabenizou a ação do vereador presidente da comissão: “Pra cima capitão, lhe desejo muita força. Votei em você e estou vendo que continuarei votando. Parabéns pela coragem. Não liga pra torcida contrária não. Que Deus lhe proteja sempre”.
Em resposta, o parlamentar falou em seu perfil social: “A minha atribuição enquanto parlamentar municipal infelizmente é muito limitada, mesmo diante de toda essa limitação, estou desde as primeiras horas do dia desse domingo, nas ruas de Manaus, buscando ajudar nas possíveis soluções uma vez quer SOU OFICIAL DA PM e ESTOU VEREADOR, mas podem ter certeza que se eu tivesse o ‘poder’ de fazer acontecer muitas coisas, eu faria. Eu jamais me calaria ou me acovardaria diante dessa crueldade e covardia que esses marginais estão fazendo para nossa população”, respondeu Carpê.
Ameaça – As ações do vereador parecem não ter agradado os criminosos que, como medida de retaliação, atacaram o antigo gabinete dele na Compensa, zona Oeste e deixaram um bilhete como forma de ameaça, após atearem fogo no veículo de um policial militar que estava no local.
“Hoje infelizmente atearam fogo no carro de um amigo, policial militar e deixaram um aviso dizendo que não teremos paz. Colocaram prints, com informações de que minha cabeça estava a prêmio, no valor de cem mil reais. Não vou recuar e já solicito do governador e do secretário de segurança, apoio para que disponibilize apoio policial para que a minha vida não fique em risco Não é medo, é cautela”, disse Carpê em entrevista publicada em suas redes sociais.
Veja o vídeo do ataque:
Posicionamento – O cancelamento da sessão na CMM foi uma determinação do presidente da casa legislativa, David Reis (Avante). Em comunicado distribuído pela diretoria de comunicação da CMM, David informou apenas que “A Casa vai suspender as atividades parlamentares e administrativas para resguardar a vida e a integridade física dos servidores”, nem justificar porque a sessão não foi realizada de forma virtual, como já é uma prática na Câmara Municipal.
O Convergente procurou outros vereadores para comentar sobre a suspensão da sessão plenária, uma vez que a ausência de efetividade quanto ao apoio na crise de segurança na capital, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.
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Por Izabel Guedes
Fotos: Divulgação / Ilustração: Marcus Reis