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sexta-feira, julho 26, 2024

Secretário de Cultura de Bolsonaro, Mario Frias anda armado e intimida funcionários do órgão

A arma de Mário Frias, secretário de Cultura de Jair Bolsonaro, gera mal-estar e desconforto entre funcionários e pessoas que se reúnem com o secretário. Há relatos de "escândalos e ofensas" aos gritos, dirigidos a servidores e terceirizados

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O secretário especial da Cultura, Mario Frias, costuma despachar armado no trabalho, deixando a arma visível, segundo informações de trabalhadores do local à Folha de S. Paulo e ao Uol. Conforme relatos, a arma do secretário “gera mal-estar e desconforto” entre as pessoas que precisam conviver com ele no trabalho. Os relatos são de um ambiente com tensão, não apenas por isso. Com frequência, Mario se comporta gritando ofensas a servidores e terceirizados, diz a fonte.

“Imagine esse contexto e o seu chefe com arma na cintura. O medo e a sensação de ameaça são constantes”, diz a pessoa, que prefere não se identificar, apontando a presença de assédio moral.

A gritaria, dizem funcionários, pode ser ouvida de longe. No Planalto e no resto da Esplanada, há quem se refira à Secretaria Especial da Cultura como hospício.

Fã de armas – Fã de armas, o secretário tem uma pistola Taurus de calibre .9mm registrada em seu nome na Polícia Federal. Ele obteve o porte no fim de 2020. Ele solicitou o documento em 3 de dezembro de 2020, apresentando como justificativa os riscos de correria ao ocupar o cargo. No dia 7, o requerimento foi deferido e, no dia 10, foi emitida a carteira de porte, com validade de 5 anos. O documento tem categoria “defesa pessoal” e é válido em todo o território nacional.

A orientação da PF é que civis que têm autorização de porte levem sempre o documento sobre o tema e circulem com a arma “de forma discreta”.  Na argumentação para receber o direito de porte, Frias argumentou que por conta de sua posição, e do “momento político com ataques, ameaças e manifestações violentas”, a arma seria essencial para sua defesa.

 

Argumento apresentado à PF:

“Considerando minha condição de Secretário Especial da Cultura, especialmente em um momento político com políticos ataques, ameaças e manifestações violentas contra autoridades que compõem a administração pública federal e, tendo em vista que, na condição de secretário Especial da Cultura, participo de eventos e reuniões em todo Brasil, muitas vezes em meio a protestos e manifestações violentos, faz-se extremamente necessário o porte de arma, ainda mais que frequentemente sou abordado por diversas pessoas para tratativas de vários assuntos, alguns sensíveis e complexos e, às vezes algumas dessas pessoas se constituem de pessoas estranhas a mim e à minha equipe. Tais fatos tem ocorrido desde que fui nomeado para a função e, desde então, tenho sofrido pressões diversas, situações nas quais me vejo em estado de alerta e pelo qual tenho receado pela minha integridade física, dos meus familiares e da minha equipe. Nestes termos, solicito o deferimento do porte de arma ora requerido”.

 

O secretário já apareceu nas redes sociais empunhando armas, uma das vezes ao lado do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro. Ambos treinavam tiro em uma visita ao Bope, em Brasília. Eduardo, que foi escrivão da Polícia Federal, tem posse de arma, mas não anda armado na Câmara, onde a entrada com armas é proibido, exceto para seguranças, determina o regimento.

A Secretaria da Cultura e assessoria do Ministério do Turismo, ao qual o órgão é atrelado, não responderam sobre as regras para circulação com armas nas dependências.

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Com informações A Folha de S.Paulo

Foto: Divulgação / Ilustração Marcus Brito

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