O presidente Donald Trump incluiu o Brasil entre os países que, segundo ele, buscam prejudicar os Estados Unidos. Em discurso para apoiadores do Partido Republicano na Flórida, o mandatário defendeu a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros e de outros países para fortalecer a produção interna norte-americana, sob a justificativa de que os EUA estão sendo prejudicados por taxações excessivas.
“Vamos colocar tarifas em países e pessoas estrangeiras que realmente querem nos prejudicar. Eles querem nos prejudicar e, basicamente, tornar o deles bom. A China é um grande criador de tarifas. Índia, Brasil… Tantos países”, declarou o presidente.
Trump continuou: “Não vamos deixar isso acontecer mais, porque vamos colocar a América em primeiro lugar, sempre colocar a América em primeiro lugar. É isso que vai acontecer”, acrescentou.
Ainda no discurso, Trump relembrou a “era de ouro” dos Estados Unidos ao falar dos séculos XIX e XX, que, segundo ele, tornaram os EUA o país mais rico e poderoso economicamente do mundo. A ideia do mandatário é retornar ao sistema de “taxar tudo” de outros países.
“Vamos estabelecer um sistema muito justo, em que o dinheiro vai entrar nos nossos cofres e a América será rica novamente. Um sistema que nos tornou mais ricos e poderosos do que nunca. Vocês conhecem os Estados Unidos de 1870 e 1913? Esse foi o período mais rico da história dos EUA”, completou.
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Tensão
A declaração do presidente Donald Trump surge em meio às tensões nas relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos, que se intensificaram desde a recente posse de Trump.
O presidente norte-americano tem adotado uma postura mais rígida neste início de seu segundo mandato à frente do Executivo dos Estados Unidos, criticando países que, segundo ele, impõem tarifas elevadas sobre produtos americanos.
Em 2024, antes mesmo da posse, Trump já havia afirmado que adotaria a reciprocidade em seu governo, cobrando taxas de quem faz o mesmo com produtos americanos.
Explicações
Além das questões tarifárias, tensões diplomáticas emergiram devido às políticas migratórias na nova administração de Trump. Recentemente, o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, convocou o chefe da embaixada dos EUA em Brasília, Gabriel Gaspar, para esclarecer o tratamento de brasileiros deportados dos Estados Unidos.
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Os brasileiros estavam detidos nos Estados Unidos por não possuírem a documentação de imigração exigida. Na viagem ao Brasil, os deportados estavam algemados e alguns deles alegaram ser agredidos, humilhados e que tiveram privação de banheiro e alimentação. Brasil e EUA têm acordo vigente de deportação, mas o tratado prevê tratamento digno e humanitário, o que não ocorreu.
