A Indústria de Papel Sovel da Amazônia Ltda foi multada pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) em R$ 330 mil, após o órgão constatar crimes ambientais cometidos pela empresa, como o descarte irregular de material tóxico no lago do Aleixo, bairro Colônia Antônio Aleixo, zona Leste. Além do pagamento de multa, o órgão fiscalizador determinou a suspensão das atividades da empresa até que os problemas sejam sanados.
Denúncias de cometimento de crime ambiental tem sido feitas, de forma reiterada, pelos vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM). Os parlamentares cobraram uma fiscalização mais rígida em torno do assunto, que foi levado à Casa por moradores do bairro Colônia Antônio Aleixo.
Além do descarte incorreto no lago do Aleixo, que gerou multa no valor de R$200 mil, a Sovel da Amazônia também foi multada por não estar atendendo às legislações vigentes acerca de resíduos não tratados em solo e contribuindo para a poluição atmosférica. O total de multas aplicadas é de R$ 330 mil.
“Antes de constatarmos a poluição hídrica, tomamos conhecimento da presença de poluição atmosférica, que causava desconforto respiratório nos moradores de áreas adjacentes à fábrica. As atividades da fábrica devem ficar paralisadas até o cumprimento das medidas administrativas impostas pelo Ipaam”, declarou o responsável pela Gerência de Fiscalização Ambiental (Gefa) do órgão, Raimundo Chuvas.
Crime ambiental – Procurado pela equipe do Portal O Convergente, o Ipaam informou, por meio de nota, que algumas fiscalizações já tinham sido feitas, porém ao realizarem uma nova inspeção na tarde de ontem, 7/4, feita por analistas ambientais do instituto foi constatado o crime ambiental. A constatação só foi possível após a equipe conseguir chegar em uma área de difícil acesso no lago do Aleixo, próximo à empresa multada.
De acordo com analista ambiental, Diógenes Rabelo os materiais avistados nas águas do lago fortalecem os indícios de derramamento de efluentes industriais do processo produtivo da fábrica.
“O material orgânico em decomposição trata-se de lodo de material fibroso. Esse lodo está sedimentado no fundo da coleção hídrica e a decomposição orgânica, com formação de gases, retorna com esse material [o lodo] para a superfície das águas. Essas questões reforçam as evidências de descarte de efluentes com alto teor de lodo compatível com a reciclagem de papel e papelão, atividade exercida pela fábrica próxima ao lago”, afirmou.
Por Izabel Guedes com informações da assessoria
Fotos: Divulgação IPAAM