A sessão solene em homenagem a semana da enfermagem realizada na Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta quinta-feira, 20/5, foi marcada por protestos feitos pelos representantes da área de saúde. A sessão foi presidida pelo vereador presidente da Comissão de Saúde, Dr. Daniel Vasconcelos (PSC). O dia do enfermeiro foi comemorado em 15/5.
Em discurso no plenário Adriano Jorge, o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Amazonas (Coren-AM), Sandro André da Silva criticou a falta de enfermeiros inseridos na política. Segundo o representante, as dificuldades dos mais de 52 mil enfermeiros se dá pela falta de representantes políticos na capital.
“Temos lutado arduamente, jornada de trabalho justa, um piso salarial coerente e respeitoso com a nossa categoria. É uma grande vergonha nós estarmos presentes em todos os estabelecimentos de saúde e estarmos lutando para ter lei de descanso digno. Isso chega a ser vergonhoso. Os aplausos são bons, as falas são excelentes, mas nós precisamos de valorização de verdade, piso salarial justo e carga horária digna”, criticou Sandro André.
A diretora do Sindicato dos Profissionais Enfermeiros Servidores públicos no Estado do Amazonas (Sinproenf-AM), Ilda Del Pilar aproveitou o momento para criticar a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM). O sindicato passa por negociação com a secretaria em busca de melhores condições e salários justos. Segundo a diretora, na esfera municipal, a reposição salarial e o pagamento das progressões ao mérito seguem engavetados.
“Nós temos um exemplo claro de que não somos valorizados pela Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas, estamos na mesa de negociação na luta tentando conseguir nossas datas bases de 2016, 2017, 2020 e 2021 e muitos outros direitos que nós temos, mas nossas autoridades disseram não ter dinheiro”, reclamou a diretora.
Comentários – Durante a transmissão no YouTube, os internautas também manifestaram seus descontentamentos com o tratamento dado aos profissionais da área de saúde. “Para enfermagem não tem dinheiro, mas o salário dos políticos eles aumentam e não pensam nisso”, criticou. Em outro comentário, uma enfermeira disse não querer aplausos, “queremos nosso piso salarial”.
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Outras reclamações – Não é a primeira vez que os profissionais de saúde reclamam sobre as condições de trabalho. No início de abril, o Sindicato dos Trabalhadores em Santas Casas, Entidades Filantrópicas, Beneficentes e Religiosas em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Amazonas (Sindpriv/AM) também cobrou da SES uma jornada de trabalho mais justa.
Segundo a categoria, os funcionários contratados para auxiliar no tratamento de pacientes com coronavírus chegam a fazer 13 plantões, três plantões a mais que os servidores mais antigos. De acordo com a diretora presidente do Sindpriv/AM, a enfermeira Graciete Mourinho, o salário dos novos funcionários é inferior aos demais.
“Tem enfermeiro que está ficando com 18 pacientes no Delphina Aziz. O fisioterapeuta também está ficando com 18, chega a 20, isso é um absurdo. Na pandemia enfermeiro, pela lei, o correto é ficar com cinco paciente e não 10, nem 20, nem 30. Não tem como ele dar assistência, não dá. Os técnicos de enfermagem estão ficando com 11 pacientes, não só no HPS Delphina, mas no Platão Araújo e no João Lúcio”, reclamou.
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Por Juliana Freire
Foto: Divulgação