A Prefeitura de Manaus protagoniza mais uma polêmica em meio aos casos de denúncias envolvendo o prefeito David Almeida (Avante). Desta vez, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) foi denunciada por pais de alunos da Escola Municipal Escritor Anísio Teixeira, no bairro Jardim Mauá, zona Leste de Manaus, que, segundo eles, ainda não deu início ao ano letivo.
Conforme foi denunciado pelos pais dos alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental à reportagem do ‘Bom Dia Amazônia’, da Rede Amazônica, foi informado que o prédio da escola estaria em obras e, por essa razão, os alunos não poderiam retornar às salas de aula.
Na Semed, o responsável pela infraestrutura e logística das escolas administradas pelo município é o subsecretário Radyr Júnior.
Radyr Júnior assumiu a função de subsecretário de infraestrutura e logística na Semed após não conseguir se eleger como vereador de Manaus, cargo que disputou nas eleições de 2024.
O subsecretário da Semed já é um velho rosto dos aliados do prefeito David Almeida. No primeiro mandato do prefeito de Manaus, Radyr Junior assumiu a titularidade da Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi).
Em novembro do ano passado, o subsecretário da Semed foi alvo de uma decisão do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), que determinou que ele e o secretário executivo, na época, Geison Maicon fizessem a devolução de R$ 552,4 mil por irregularidades constatadas estão superfaturamentos em reformas da Casa de Praia. De acordo com o TCE, essas irregularidades teriam causado um prejuízo de R$ 131,5 mil.
No anúncio do cargo, a Semed comentou que a nomeação de Radyr Jr seria para “assegurar a qualidade estrutural e promovendo inovação nas escolas da rede municipal”. No início de março, o próprio subsecretário informou que a Semed visitaria cerca de 240 escolas municipais, entre o período de 13 e 14 de março, para verificar a infraestrutura dos prédios, a partir do projeto ‘Semed em Movimento’.
Nessa mesma data, pais dos alunos matriculados na Escola Municipal Escritor Anísio Teixeira foram informados de que o ano letivo para as turmas do 1º ao 5º ano iniciaria no dia 14 de março. No entanto, o início do ano letivo para esses alunos ainda não ocorreu devido a ‘obras’ no prédio.
“Nossas crianças estão há quase 2 meses sem aula. O ano letivo ainda não começou, era para começar hoje e ainda nada, pelo visto não vai começar esse mês. A previsão era do dia 10, no máximo até dia 14, depois dia 24 e até agora nada”, disse a avó de um dos alunos à reportagem do ‘Bom Dia Amazônia’
“Eles dizem que tem gente trabalhando aqui, mas não tem. Eles culpam o dono do prédio que não quer entregar a chave, porque é alugado e todo ano é essa palhaçada. Todo início de ano eles fazem essa reforma e não entregam a tempo das nossas crianças estudarem”, denunciou outra mãe de aluno.
Ainda segundo a mãe do aluno matriculado na escola, os pais já tentaram entrar em contato com a Semed, porém, não há retorno sobre quando as aulas devem iniciar.
“A Semed não fala nada, a diretoria não fala nada […]. Foi informado que eles compraram um terreno lá em cima e lá funcionaria essa escola. Só que nesse tempo, interligaram duas escolas dizendo que iria funcionar do 1º ao 9º ano e acrescentaram que funcionaria o EJA a noite, mas nem isso está funcionando”, comentou.
Outro lado
O Convergente entrou em contato com o subsecretário Radyr Jr para buscar informações sobre suposta obra que ocorre no local.
À reportagem, o subsecretário afirmou que as aulas na escola não retornaram por questões administrativas, ‘’é uma escola alocada, mas já está avançando bem’’.
‘’Acreditamos que na semana que vem, no máximo, no decorrer da semana a gente resolve todas as pendências e na semana que vem a gente já tem aula’’, afirmou.
A equipe também tentou ligar para a Escola Municipal Escritor Anísio Teixeira, através do número (92) 36×8-7×12, mas a ligação não foi completada.
A equipe de reportagem também contatou a Secretaria Municipal de Educação para buscar informações sobre a previsão do início das aulas, bem como também questionar se o imóvel que funciona a escola é alugado.
Até o momento, a Semed não deu retorno à equipe de reportagem. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
O Convergente também encaminhou a denúncia para o Ministério Público do Amazonas (MPAM) para que o órgão possa fazer uma apuração sobre o caso.
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