O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu substituir Nísia Trindade por Alexandre Padilha no comando do Ministério da Saúde. A decisão, já comunicada a aliados, ocorre em meio à pressão de partidos do Centrão e da base governista por uma reforma ministerial. O anúncio oficial ainda não foi feito, mas pode ocorrer antes do Carnaval.
Atualmente ministro das Relações Institucionais, Padilha tem enfrentado críticas de parlamentares pela condução da interlocução entre o governo e o Congresso. Sua nomeação para a Saúde atende tanto a uma demanda do Centrão quanto à necessidade de fortalecer a articulação política do governo em um dos ministérios mais importantes da Esplanada.
Deputado federal por São Paulo, Padilha pretende concorrer novamente à Câmara em 2026. Para isso, ele precisará deixar o cargo até abril daquele ano, conforme a legislação eleitoral. Sua escolha para o Ministério da Saúde, portanto, pode ter implicações na estabilidade da pasta a médio prazo.
A saída de Nísia Trindade ocorre após críticas sobre a execução de programas da Saúde e dificuldades na comunicação e articulação política. Ex-presidente da Fiocruz, ela ganhou destaque durante a pandemia de Covid-19 e foi escolhida para o ministério no início do governo Lula. No entanto, pressões internas e externas tornaram sua permanência insustentável.
Apesar da troca ser considerada necessária por aliados, a decisão não foi fácil para Lula. Pessoas próximas ao presidente afirmam que ele ainda não está totalmente confortável com a substituição de Nísia e sente o impacto da mudança. Mesmo assim, o governo optou por atender às pressões políticas para garantir maior governabilidade.