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segunda-feira, dezembro 2, 2024

Tráfego de balsas no Rio Tapajós é paralisado por 6 horas em protesto contra Ferrogrão, no Pará

Cerca de 400 indígenas de diferentes etnias participaram do movimento

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O tráfego de balsas no Rio Tapajós ficou paralisado por 6 horas no último sábado, 16, em protesto na região Oeste do Pará contra o projeto da ferrovia do Ferrogrão. Cerca de 400 indígenas de diferentes etnias participaram do movimento.

Defendido por representantes do agronegócio, o Ferrogrão é um projeto de ferrovia que pretende conectar a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao estado do Pará, através de um trajeto de 933 km. A iniciativa busca transportar grãos e etanol de milho para Miritituba, no Pará, além de produtos da Zona Franca de Manaus (ZFM) e combustíveis importados.

Veja também: Municípios próximos ao rio Tapajós devem monitorar contaminação do solo por mercúrio

Para os manifestantes, o projeto traz impactos ambientais e prejuízos para as populações que vivem no entorto da região, principalmente, as seis terras indígenas que a ferrovia pretende cortar, ondem moram cerca de 2,6 mil pessoas.

A manifestação

O protesto no Rio Tapajós aconteceu entre 9h da manhã e 15h da tarde. Com cartazes e faixas contra a destruição do rio e pedindo a “demarcação já”, os manifestantes ocuparam cerca de cinco barbos e 15 canoas, paralisando o transporte fluvial na região.

Foto: Leonardo Milano (Citupi)

O movimento reuniu indígenas dos povos Tupinambá, Munduruku, Arapiun, Kumaruara, Jaraqui, Tapajó, Tapuia, Apiaka, Kayapó, além de comunidades ribeirinhas do baixo Tapajós e adjacentes.

A manifestação aconteceu durante o “7º Grito Ancestral”, uma iniciativa do povo Tupinambá realizada na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, no Pará, que denuncia os impactos do Ferrogrão.

Atos

Não é a primeira vez que indígenas se manifestam contra as obras do Ferrogrão. Em maio deste ano, membros da aldeia Muruary, do Baixo Tapaós, realizaram protesto durante um seminário sobre a viabilidade da ferrovia EF-170 e chegaram a esfregar urucum no rosto de representantes e defensores da construção.

Em março, o maior líder indígena do país, durante visita do presidente da França Emmanuel Macron em Belém, no Pará, o Cacique Raoni fez um apelo ao presidente Lula (PT) e pediu para que o petista não aprove a construção da ferrovia.

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