A vice-presidente municipal do PSD em Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), a vereadora Larissa Gomes acusou o colega de parlamento e de partido, o vereador Disney Cunha, de agressão física. A parlamentar denunciou o caso na Delegacia do município. Disney, por outro lado, negou as acusações.
Segundo a vereadora, a suposta agressão aconteceu na terça-feira, 8, após uma discussão acalorada com Disney na Câmara Municipal de Iranduba (CMI). Larissa explicou, em vídeo divulgado nas redes sociais, que o vereador chegou a empurrá-la.
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“Estou tomando providência cabíveis diante da Lei, acerca do que ocorreu. Infelizmente, eu e o vereador tivemos uma discussão sobre uma situação referente ao Fundo Partidário”, explicou a vereadora.
Segundo Larissa, Disney Cunha questionou o fato dela ter recebido mais recursos que ele do Fundão Eleitoral, a cota em que as legendas partidárias destinam para os candidatos de todo o País durante as campanhas eleitorais.
“Isso é uma coisa que eu não tenho domínio. Até porque, eu como mulher, tenho direito resguardado de receber mais dinheiro do Fundo Eleitoral que o homem. E, em um momento caloroso, eu acredito que ele não se conteve, não sei o que levou a fazer isso, mas ele me empurrou. Eu me desequilibrei e me segurei naquela cadeira na sala da presidência. Graças a Deus não me machuquei, não caí, mas fiquei muito irritada”, pontuou.
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Nota
Por meio de uma em que O Convergente teve acesso, o vereador Disney Cunha se posicionou sobre as acusações e afirmou que, em momento algum, agrediu a vereadora. O parlamentar disse que “foi covardemente interpelado pela vereadora Larissa Gomes” com ofensas e palavras de baixo calão na Câmara de Iranduba.
“Em momento algum agredi, nem cheguei perto de agredir a vereadora, minha colega de bancada e de partido, repudio qualquer forma de agressão às mulheres. Tenho lutado incansavelmente pelos direitos das mulheres, a igualdade e a representatividade, todas as provas falas por si”, comentou.
O vereador continua, na nota de esclarecimento: “Acredito que esteja sofrendo um ataque a minha reputação e honra ilibada, nunca estive perto de propagara violência, rodo as autoridades que a verdade venha à tona”.
Confira a nota na íntegra:
Eleições
Larissa Gomes e Disney Cunha foram reeleitos vereadores de Iranduba no último domingo, 6, com 1.031 e 935 votos válidos cada um, respectivamente. Os políticos são do mesmo partido, o PSD.
De acordo com informações do DivulgaCand, o site de divulgação de candidaturas e contas eleitorais do Tribunal Superior Eleitora (TSE), Larissa Gomes recebeu apenas doações de pessoas físicas para financiar a campanha dela em 2024. No total, foram mais de R$ 14 mil destinados para ela.
Desses R$ 14 mil, a própria vereadora doou a si mesma R$ 8 mil, segundo o DivulgaCand. Outros valores foram de Nelson Ferreira Gomes Filho (R$ 2,7 mil); Cartegiane Oliveira da Silva (R$ 1,91 mil), entre outros, conforme tabela abaixo.
Do valor de R$ 14 mil, Larissa Gomes gastou R$ 7,9 mil em “publicidade por materiais impressos”, R$ 2 mil em “atividades de militância e mobilização de rua”, R$ 1 mil em “serviços contáveis”; R$ 1 mil em “combustíveis e lubrificantes” e R$ 1 mil em “serviços advocatícios”.

Já Disney Cunha, de acordo com o DivulgaCand, recebeu R$ 5 mil da direção nacional do PDS, por meio do Fundão Eleitoral. O vereador também recebeu doação de pessoa física: Alcemir Castro Reis destinou R$ 1,4 mil para financiar a campanha do candidato.
Ainda segundo o DivulgaCand, do valor de R$ 6,4 mil, Disney Cunha declarou gasto à Justiça Eleitoral de apenas R$ 1,9 mil em “publicidade por materiais impressos” e R$ 1,4 mil em “baixa de estimáveis – recursos de pessoas físicas”.

Outro lado
O Convergente entrou em contato com Larissa Gomes e solicitou mais informações sobre as supostas agressões. A reportagem também entrou em contato com Disney Cunha e pediu um posicionamento quanto às acusações.
A Câmara Municipal de Iranduba também foi procurada pela reportagem do O Convergente, que pediu um posicionamento sobre o caso.
Até a publicação da matéria, sem retorno de ambas as partes. A reportagem segue aberta para manifestação dos envolvidos.
Por: Bruno Pacheco
Ilustração: Marcus Reis