O senador do Amazonas Eduardo Braga, líder do MDB no Senado, foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A informação foi publicada nesta sexta-feira, 20, pelo do colunista Aguirre Talento, do UOL.
Além de Braga, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) também foram indiciados.
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De acordo com reportagem do UOL, os mdbistas estão sendo acusados de receberem pagamentos de propina para favorecer no Congresso Nacional o antigo Hypermarcas, atual Hypera Pharma, do ramo farmacêutico.
A suspeita é que a Hypermarcas teria pago cerca de R$ 20 milhões para os senadores, por meio do empresário Milton Lyra, apontado pela PF como lobista intermediário do MDB.
Entenda
O processo já tramita há seis anos, mas o relatório final do inquérito foi enviado no mês passado pela PF ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob sigilo, e tem como relator o ministro Edson Fachin. A investigação começou com um desdobramento da Operação Lava Jato, em 2018.
Segundo o UOL, os senadores teriam atuado em favor da Hypermarcas em um projeto de lei que tramitou no Senado nos anos de 2014 e 2015 sobre incentivos fiscais a empresas. A PF aponta que o senador Renan indicou um nome para a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o objetivo de auxiliar nos interesses do grupo.
No Supremo, o relator Edson Fachin encaminhou o material à Procuradoria-Geral da República (PGR) e a demanda está com o procurador-geral Paulo Gonet.
Sem retorno
O Convergente entrou em contato com o senador Eduardo Braga e a assessoria do parlamentar, por meio do whatsapp. A reportagem também questionou Renan Calheiros e Romero Jucá, por e-mail.
Ao Convergente, a assessoria jurídica do senador Eduardo Braga, por meio do advogado Fabiano Silveira, emitiu a seguinte nota:
“Trata-se de ilações esdrúxulas sem amparo nos elementos constantes do próprio inquérito. Há evidências claríssimas de que o parlamentar não manteve contato com o delator, que, além de mudar sua versão 4 anos depois, baseia suas declarações em mero “ouvir dizer”. Não tenho dúvidas de que inquérito será arquivado. Triste, porém, é ver mais um episódio de vazamento ilegal”.
Já o senador Renan Calheiros e o ex-senador Romero Jucá não responderam à reportagem.