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sexta-feira, outubro 4, 2024

Com incertezas sobre BR-319 e lentidão no combate às queimadas e à seca, Lula dá início à agenda no Amazonas

A visita de Lula ao Amazonas é vista para tentar 'driblar' a falta de estrutura do Governo Federal quanto aos problemas da estiagem e das queimadas

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A visita do presidente Lula (PT) no Amazonas teve como primeiro compromisso uma visita à comunidade Santo Antônio, em Tefé, nesta terça-feira (10). No entanto, a agenda presidencial em solo amazonense tem levantado questionamentos sobre as ações do governo federal quanto ao combate à seca e às queimadas, bem como as obras da BR-319, que seguem travadas.

De acordo com a assessoria presidencial, a visita de Lula ao Amazonas ocorre para que o presidente anuncie medidas para enfrentamento da seca. Na imprensa nacional, a visita de Lula ao Amazonas é vista em um momento de tentar ‘driblar’ a falta de estrutura do Governo Federal quanto aos problemas da estiagem e das queimadas.

Vale lembrar que os primeiros sinais da vazante iniciaram em julho e, dois meses depois, essa será a primeira vez que Lula informará quais as medidas que serão tomadas pelo governo federal com relação a uma das piores secas, apesar dos políticos amazonenses e do próprio governador Wilson Lima (UB) terem alertado desde a última vazante.

Essa não seria a primeira vez que o Governo Lula deixa as problemáticas do Amazonas em segundo plano. No ano passado, o presidente deu destaque para os conflitos em Israel e Hamas, enquanto os rios do Amazonas começaram a registrar perda de mais de 30 centímetros por dias seguidos.

Na época, artistas nacionais passaram a cobrar o governo federal para que fossem feitas ações. Em uma das postagens do presidente Lula falando sobre Israel, o comediante Whindersson Nunes questionou sobre a situação de Manaus.

Estiagem

Enquanto as autoridades do Amazonas aguardam as decisões do Governo Lula sobre quais medidas devem ser tomadas para o enfrentamento da seca, o Governo do Estado segue atuando para minimizar os impactos.

No âmbito da assistência humanitária, 938,7 toneladas de alimentos foram distribuídas para as regiões mais afetadas. Para atender as famílias afetadas, o governo também já instalou 25 purificadores de água, sendo 10 deles direcionados para a calha do Alto Solimões, além de enviar 100 caixas d’água para melhorar o acesso à água potável. Também foram enviadas 200,3 toneladas de medicamentos e insumos para os municípios das calhas dos rios Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões.

A seca já afeta mais de 340 mil pessoas, e todos os 62 municípios do estado decretaram situação de emergência. Mais de 85 mil famílias estão enfrentando os impactos da estiagem, conforme os dados do boletim divulgado pelo Governo do Amazonas, nessa segunda-feira (9).

Queimadas

Lula desembarcou em Manaus na noite de segunda-feira (9), na Base Aérea de Manaus, zona Sul. No mesmo horário em que o presidente desembarcou na capital amazonense, a mesma zona apresentava a pior qualidade do ar por conta das queimadas criminosas. De acordo com o aplicativo Selva, a zona chegou a ultrapassar o grau 100 de qualidade, o que significa que, naquele momento, a qualidade do ar era “péssima”.

Vale lembrar que, nas últimas semanas, o Brasil sofreu uma série de incêndios criminosos que foram combatidos pelos órgãos responsáveis. Apesar disso, não houve um alerta do Governo Lula quanto a questão das queimadas ilegais, uma vez que os incêndios continuam a demonstrar uma crescente.

Na última semana, o Brasil registrou 2.758 focos de incêndio em apenas 24 horas, de acordo com o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A Amazônia concentra o maior número de focos, com 1.558, seguida do Cerrado, com 811; Caatinga, com 188; Mata Atlântica, 168; Pantanal com 28 e Pampa com cinco focos identificados.

BR-319

Além da seca e das queimadas, outro problema que o Amazonas enfrenta é a incerteza sobre a BR-319, a qual sobre um impasse no Governo Lula. No fim de agosto, uma liminar expedida pela Justiça Federal do Amazonas suspendeu a licença prévia para reconstrução e asfaltamento de um trecho da BR-319.

Semanas depois da licença ser suspensa, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) determinou a proibição, por tempo indeterminado, o tráfego de veículos de carga com capacidade de peso bruto total combinado (PBTC) acima de 23 toneladas.

Após a decisão, o governador Wilson Lima (União) informou que pretende procurar o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), para tentar revogar a portaria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Leia mais: Servidores ambientais afirmam que acordo com governo Lula foi feito a contragosto: “Decepção”

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