Na semana passada uma megaoperação da polícia alemã revelou uma rede da extrema direita que conspirava para tomar o poder no país. Entre os planos do grupo, estavam incluídos a invasão do Bundestag, o Parlamento alemão, o corte de energia no país, provocando o caos, a derrubada do governo e a tomada do poder, além da renegociação com as potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial das fronteiras alemãs.
A rede deste grupo, intitulado de União Patriótica, se estendia por diversos estados alemães e tinha conexões internacionais, chegando, por via direta ou indireta, até o Brasil.
Na Alemanha, foram detidas 25 pessoas, e outras 27 foram postas sob investigação, incluindo um autoproclamado príncipe de família aristocrática, militares reformados de alta patente das Forças Armadas e uma juíza e ex-deputada do Parlamento, filiada ao partido Alternative für Deutschland.
No Brasil, ao menos quatro casos de apologia ao nazismo em Santa Catarina são apurados pela 40ª Promotoria de Justiça da Capital, criada especialmente para identificar grupos que apoiam o movimento.
A criação da promotoria foi anunciada em 10 de outubro como uma medida do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) para frear os casos de intolerância registrados nos últimos meses.
Há ainda em investigação, um caso de um professor da rede pública que fez elogios a Hitler em um aplicativo de mensagens. Uma suposta célula neonazista com integrantes em Florianópolis, São José, Joinville, Maravilha e São Miguel do Oeste também é acompanhada pelo órgão.
Prisões no Brasil – O caso mais recente de apoio ao nazismo no Brasil foi a prisão em flagrante de oito homens durante um encontro de uma célula neonazista interestadual, no mês de novembro.
A operação foi comandada pela Delegacia de Repressão ao Racismo e Delitos de Intolerância (DRRDI), e no momento das prisões o grupo estava reunido em um sítio em São Pedro de Alcântara, em Santa Catarina, para participar de um encontro anual. Entre os presos havia um integrante de um grupo skinhead internacional, conhecido por ser intolerante e de extrema direita.
Conexão Alemanha e Brasil – Um dos militares reformados detidos na operação policial na Alemanha, na semana passada, pertencente ao União Patriótica, costumava passar férias em Santa Catarina, no Brasil, onde tem duas empresas em operação. Outros membros do grupo têm ligação com o movimento norte-americano e internacional conhecido como QAnon, presente hoje em mais de 70 países, incluindo o Brasil.
Entre outras teorias conspiratórias, o QAnon defende a ideia de que houve e há um complô contra o ex-presidente Donald Trump, e que ele é o único líder capaz de combater o tráfico internacional de crianças para práticas de prostituição infantil.
No Brasil, um dos grupos identificados com as campanhas do QAnon é o Pugnaculum, que divulga na internet posts favoráveis ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL), bem como obras em e-book e artigos destinados aos por ele chamados de “patriotas brasileiros”.
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Da Redação com informações g e UOL
Fotos: Divulgação