O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), decidiu realizar um gasto milionário para a implantação da segunda etapa do prédio do Instituto de Criminalística de Roraima. Porém, o que causa estranheza neste gasto é que segundo denúncia, encaminhada ao Portal O Convergente, nessa quarta-feira, 20/7, não existe sequer a primeira etapa do instituto construindo no local.
Em vídeo e fotos encaminhados à redação do O Convergente, é possível identificar na placa da obra que o valor gasto será de mais de R$ 1,4 milhão, e que a mesma deverá ficar pronta no prazo de 240 dias. Além disso, o terreno localizado na avenida João Alencar, no bairro Caranã, em Boa Vista, está abandonado, tomado pelo mato e não tem nada construído.
Confira:
“Essa obra ai é do instituto de criminalista do IML. Na placa fala sobre a segunda etapa dessa construção. Eu não sei que segunda etapa é essa, por um milhão e quatrocentos mil, porque não tem nada lá dentro construída. Como ele vai pagar esse valor para uma empresa, com prazo de 240 dias para concluir a segunda etapa, sendo que nem a primeira foi feita. Não tem etapa nenhuma na verdade, é só um terreno baldio”, afirmou o denunciante que preferiu não ter o nome revelado.
A contratação da empresa para a segunda etapa, conforme informações encontradas na transparência da Secretaria Estadual de Infraestrutura de Roraima (Seinf), foi feita em junho de 2021.
Conforme o documento a empresa contratada, por meio de procedimento licitatório, foi a Falção Intermediação de Negócios Eireli. De acordo com o comunicado publicado no site da Seinf, ela foi a “única licitante Classificada e declarada Vencedora com o valor global de R$ 1.409.778,49 (um milhão quatrocentos e nove mil setecentos e setenta e oito reais e quarenta e nove centavos), com prazo de execução dos serviços de 240 (duzentos e quarenta) dias, com deságio de 17,56%, em relação ao orçamento da Administração”.
Confira:
O prazo, porém, ao que tudo indica não foi cumprido, já que as filmagens enviadas ao O Convergente foram gravadas esta semana. Pouco mais de um ano após o prazo determinado no contrato firmado em junho do ano passado.
O Convergente não encontrou informações referentes ao valor da suposta primeira etapa da obra. A equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria do governo do Roraima pedindo esclarecimentos e informações quanto ao assunto. Porém, até a publicação desta reportagem não obtivemos resposta.
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Da Redação
Fotos: Divulgação/ Ilustração: Marcus Reis