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sexta-feira, julho 26, 2024

Seis meses após o início da CPI da Covid, O Convergente faz uma retrospectiva da condução dos trabalhos pelo senador Omar Aziz

Ao acompanhar os desdobramentos do relatório final dos trabalhos da comissão, o O Convergente traz um compilado das entrevistas que o presidente da CPI da Covid concedeu ao portal. Na primeira entrevista, em 20 de abril, Omar falou sobre a falta de credibilidade que, normalmente, a população credita às comissões parlamentares de inquérito

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Ainda pretenso presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD) falou com exclusividade ao Portal O Convergente sobre suas expectativas, desafios na condução da comissão, afirmou que os fatos seriam investigados com base em critérios técnicos e que a CPI da Covid iria honrar a memória das vítimas da pandemia. Seis meses depois, a CPI da Covid aprovou o relatório final com o pedido de indiciamento de 80 pessoas indicadas pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB). Entre os nomes apontados está o do presidente da República, Jair Bolsonaro, que figura no documento como responsável por pelo menos dez crimes.

Ao acompanhar os desdobramentos do relatório final dos trabalhos da comissão, o O Convergente traz um compilado das entrevistas que o presidente da CPI da Covid concedeu ao portal. Na primeira entrevista, em 20 de abril, Omar falou sobre a falta de credibilidade que, normalmente, a população credita às comissões parlamentares de inquérito. O senador disse compreender o sentimento e garantiu que a investigação feita pelo Senado não acabaria “em pizza”.

“Essa CPI será por cada pessoa, por cada parente, amigo e conhecido que morreu pela doença. É impossível que ela não dê em nada. Ela está no lar de todos os brasileiros. Famílias foram desfeitas, jovens e crianças ficaram órfãos. É impossível estar nessa CPI e não chegar a uma conclusão, não mostrar os erros, as falhas. Vejo pessoas me criticando por ser presidente da CPI da Covid, mas estou fazendo parte do momento mais importante da história recente do Brasil e isso é motivo de orgulho e de muita responsabilidade para mim. É um compromisso que assumi com cada brasileiro e, principalmente com cada amazonense. Eu só tenho gratidão ao Amazonas”, disse.

Confira o trecho da entrevista:

Desde o princípio, a ideia sobre a metodologia para o desenvolvimento do exercício da comissão foi a subdivisão da CPI da Covid em frentes: vacinas e outras medidas para a contenção do vírus; colapso da saúde pública do Amazonas; insumos para tratamento dos doentes e emprego de recursos federais. Embora ao longo do caminho, a comissão tenha se deparado com imprevistos e desdobramentos, a ordem dos depoentes respeitou, em sua maioria, a metodologia inicial dos trabalhos.

Confira o trecho da entrevista:

Quatro meses após a primeira entrevista, em 27 de julho, Omar Aziz voltou a conceder entrevista ao Portal O Convergente. Dessa vez, o senador fez um retrospecto dos trabalhos da CPI no primeiro semestre, falou sobre alguns depoimentos, os impactos das redes sociais, divergências com o presidente Jair Bolsonaro e reafirmou o compromisso de dar respostas à população sobre o enfrentamento à pandemia.

O decorrer dos depoimentos na CPI da Covid no Senado trouxeram à tona suspeitas de irregularidades em contratos com grandes empresas e conjecturas de omissões por parte do Governo Federal que resultaram em embates políticos entre os governistas e senadores de oposição. Sobre as discussões, Omar atribuiu os comportamentos como sendo próprios do cenário político.

“Aquilo é uma casa política e é lógico que tem divergência. Isso é normal. Em todo lugar onde você trabalha, com diversas pessoas e pensamentos há um embate. Mas, tem que ser um embate respeitoso em cima de teses que você pode defender ou acusar, mas com base em alguma coisa. O que não podemos é baixar o nível”, opinou.

Confira o trecho da entrevista:

Durante a cobertura do trabalhos dos senadores na CPI, os conflitos que ficaram marcados foram: irritação dos senadores ante as respostas evasivas do ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wanjgarden, que resultou no seu pedido de prisão; o bate-boca gerado após o senador Flávio Bolsonaro chamar o relator Renan Calheiros de “vagabundo”; a revolta do senador Eduardo Braga com depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello sobre a crise em Manaus; a discussão entre o relator e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga quanto ao uso da cloroquina, entre outros.

Política – Em relação as possíveis consequências para sua vida política, após presidir a CPI da Covid, Omar afirmou não temer danos a sua imagem e afirmou estar fazendo sua obrigação como parlamentar. À época, Omar afirmou que o objetivo era penalizar aqueles que cometeram crimes contra a vida e a saúde pública.

“É um empenho muito grande para que a verdade venha à tona e que essas pessoas que foram responsáveis por omissão, prevaricação ou por terem cometido crime contra a vida e a saúde pública sejam penalizadas. O resultado vai ser positivo. A população vai ter o esclarecimento e saber quem foi quem nesse processo. Tenho certeza que Deus irá nos ajudar a fazer com que essa CPI tenha resultados positivos, que ajude a população”, falou a época.

Confira o trecho da entrevista:

Resultado – O relatório final da CPI da Covid foi aprovado nesta terça-feira, 26/10. O texto do senador Renan Calheiros recebeu sete votos favoráveis e quatro contrários. Votaram a favor do documento os senadores Omar Aziz, Eduardo Braga, Humberto Costa, Randolfe Rodrigues, Renan Calheiros, Tasso Jereissati e Otto Alencar. Votaram contra os senadores Eduardo Girão, Marcos Rogério, Jorginho Mello e Luis Carlos Heinze.

A versão final do parecer, que tem 1.279 páginas, recomenda o indiciamento, além de Bolsonaro, dos três filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) pela prática de incitação ao crime. Também foram indiciados ministros e ex-ministros, empresários, médicos, servidores públicos, blogueiros, empresários e outros.

O relatório final da comissão foi entregue nesta quarta-feira, 27, ao procurador-geral da República, Augusto Aras, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes. O relatório também será enviado à Câmara dos Deputados, à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal (MPF), ao Tribunal de Contas da União (TCU), a ministérios públicos estaduais, à Defensoria Pública da União (DPU) e ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
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Por Juliana Freire e Michele Gouvêa

Fotos: Arquivo / Ilustração: Marcus Reis

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