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sexta-feira, julho 26, 2024

Pazzuello admite à PF que denúncia da compra da Covaxin não foi investigada como deveria

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse durante depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira, 29/7, que recebeu um pedido do presidente Jair Bolsonaro, mas que a conversa não chegou como proporção de denúncia

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O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, admitiu, durante depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira, 29/7, que a denúncia em torno da vacina Covaxin não foi investigada como deveria ter sido. O depoimento ocorreu no âmbito do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro cometeu o crime de prevaricação ao não tomar providências após ser informado pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) sobre suspeitas de irregularidades na contratação do imunizante.

Segundo a rádio CBN, Pazuello disse que recebeu um pedido do presidente para verificar se havia alguma irregularidade, mas que a conversa com Bolsonaro não chegou como proporção de denúncia oficial ou algo grave, mas sim, um indício que precisava ser verificado.

Aos delegados, o ex-ministro disse que se o pedido do presidente tivesse chegado como uma denúncia, ele teria apurado de outra forma, formalizando a denúncia e até mesmo acionando órgãos de controle. Pazuello afirmou à PF que pediu para o então secretário-executivo, Élcio Franco, verificar a situação, mas, na mesma semana, recebeu um retorno de Élcio dizendo que não havia encontrado nenhuma irregularidade.

Para Pazuello, o presidente Bolsonaro não teve a mesma percepção de denúncia em torno da Covaxin, como a avaliação feita pelo deputado Luís Miranda, e do irmão dele, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde. Os irmãos declararam, em depoimento à CPI da Covid, ter informado a Bolsonaro as suspeitas de irregularidades envolvendo as negociações para aquisição da Covaxin.

Eduardo Pazuello prestou depoimento por cerca de quatro horas em dois inquéritos abertos na PF para investigar o contrato de compra da vacina e uma suposta prevaricação por parte do presidente Jair Bolsonaro. O depoimento começou por volta das 10h e terminou às 14h. Ele saiu pela garagem sem falar com a imprensa.

No inquérito que investiga o contrato da Covaxin, Pazuello disse que não participava das negociações. Ele explicou que recebia representantes de empresas, mas não negociava preço nem condições de nenhum fornecedor. Pazuello afirmou que não tinha conhecimento das invoices e ficou sabendo dos detalhes pela imprensa.

Ele ainda explicou que o MS fez contratos de acordos de cooperação com órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU), Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público para analisar em tempo real contratos firmados pelo ministério, para evitar que tivesse alguma irregularidade ou corrupção.

Para o relator da CPI da Covid-19, o senador Renan Calheiros, o depoimento de Pazuello reforça as provas obtidas pela comissão. Mas para o senador Jorginho Mello, do PL, que também faz parte da CPI, Pazuello agiu da forma que deveria.

 

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Com informações da rádio CBN

Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado

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