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sábado, julho 12, 2025

Inflação supera limite pelo sexto mês seguido e país estoura nova regra

Com inflação de 5,35% em 12 meses, Brasil ultrapassa limite da meta pelo sexto mês seguido sob novo modelo de apuração.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou 0,24% em junho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo IBGE. Com isso, a inflação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 5,35%, superando pelo sexto mês consecutivo o teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Essa é a primeira vez que o Brasil estoura a meta de inflação sob o novo modelo de apuração contínua, em vigor desde o início deste ano. No modelo anterior, a apuração era feita apenas no encerramento de cada ano.

O atual regime segue padrões internacionais e considera a inflação acumulada em qualquer período de 12 meses, em vez de limitar a análise ao mês de dezembro. A meta estabelecida pelo CMN é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

IPCA ultrapassa a meta desde janeiro

A inflação tem se mantido acima do limite máximo desde o começo de 2025. Em Janeiro, o índice foi de 4,56%; em Fevereiro, 5,06%; Março, 5,48%; Abril, 5,53%; Maio, 5,32%; e Junho, 5,35%. 

No recorte de junho, o grupo de alimentos e bebidas puxou a alta geral, com avanço de 6,66% nos últimos 12 meses.

Como funciona o novo modelo

O regime de metas de inflação foi criado em 1999, mas só em 2023 passou por mudanças estruturais com a adoção da chamada “meta contínua”, cuja aplicação começou em 2025. A nova metodologia, adotada em diversos países, pretende reduzir distorções na leitura da política monetária ao eliminar o foco exclusivo no encerramento do ano.

Agora, se a inflação superar o intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o presidente do Banco Central (BC) é obrigado a escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda, explicando os motivos da alta e as medidas que estão sendo adotadas para trazer a inflação de volta aos parâmetros.

Estouro da meta já ocorreu outras vezes

Apesar de ser o primeiro episódio no novo regime, o Brasil já estourou a meta oito vezes com a metodologia anterior, entre os anos de 2001 e 2003, 2015, 2017, 2021, 2022 e 2024. Em 2017, o descumprimento se deu por baixa inflação: o IPCA ficou em 2,95%, abaixo do piso de 3%. Já em 2002, o índice atingiu 12,53%, o maior registrado desde a adoção do regime. Em 2021, ainda sob impacto da pandemia, chegou a 10,06%.

Taxa Selic

A principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação é a taxa Selic, atualmente em 15% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) define o percentual em reuniões periódicas, e a taxa influencia diretamente o custo de crédito para consumidores e empresas.

Juros mais altos freiam o consumo e a atividade econômica, o que tende a conter os preços. Por outro lado, reduzem investimentos e dificultam a geração de empregos e renda.

Segundo o presidente do BC, Gabriel Galípolo, a Selic deve permanecer elevada por um período prolongado para garantir o retorno da inflação ao centro da meta.

Ainda de acordo com o BC, o regime de metas de inflação oferece previsibilidade à economia e ajuda no planejamento de famílias, empresas e governos. O controle da inflação é considerado fundamental para a estabilidade econômica e para evitar distorções como a deflação, que também pode ser prejudicial ao crescimento e ao consumo.

Com informações da Agência Brasil

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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