O município de Apuí foi responsável pela maior área de desmatamento da floresta amazônica nos últimos 12 meses. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontou 19 mil hectares de vegetação nativa suprimidos entre junho de 2024 e junho de 2025. A área é equivalente a 26 mil campos de futebol.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aplicou R$ 173 milhões em multas durante uma operação realizada no município de Apuí, localizado no sul do Amazonas.
Durante a ação, o Ibama emitiu 87 autos de infração contra 46 pessoas. As irregularidades incluem desmatamento ilegal em áreas de preservação ambiental e assentamentos da reforma agrária, grilagem de terras públicas, descumprimento de embargos anteriores e ações que impediram a regeneração da vegetação.
Além disso, 28 mil hectares foram embargados e os responsáveis foram notificados a retirar o gado de criação irregular dessas áreas. As informações estão com o Ministério Público Federal (MPF), que poderá ingressar com ações judiciais contra os envolvidos. As penas previstas incluem multa e reclusão de até um ano.
Ocupações irregulares
A fiscalização também revelou ocupações irregulares no assentamento Jumá, o maior da América Latina, que fica em Apuí. O Ibama constatou que pessoas que não se enquadram como beneficiárias da reforma agrária estavam adquirindo lotes de assentados com o objetivo de concentrar terras.
“As equipes de fiscalização constataram que grandes desmatadores vêm adquirindo diversos lotes de assentados com o objetivo de concentrar terras e formar grandes propriedades. É um desvio claro da finalidade do programa de assentamento”, informou o órgão.
Outro lado
A equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Apuí e aguarda um retorno a respeito das multas aplicadas pelo Ibama.
Foto: Divulgação/Ibama