O programa Debate Político, do O Convergente, recebeu o vereador de Manaus eleito, José Ricardo (PT), nessa terça-feira (12). Durante sua participação, o candidato eleito comentou sobre a sua análise da esquerda manauara, além da atual administração e Câmara Municipal de Manaus. O programa foi apresentado pela CEO da empresa, Erica Lima, e transmitido todas as terças-feiras, às 21h45, pela Rede Onda Digital no canal aberto 8.2, e também pelo YouTube.
No primeiro momento, José Ricardo analisou o desempenho da esquerda manauara no pleito municipal de 2024. De acordo com ele, a esquerda teve um resultado reduzido nas eleições municipais.
“O resultado eleitoral mostrou que a esquerda teve um resultado muito reduzido. Tínhamos um candidato a prefeito, que era o Marcelo Ramos, conseguiu 6%. Eu fui eleito, mas o PT elegeu apenas 1 vereador. A federação elegeu 2, os outros partidos do campo da esquerda, Rede/Psol e PDT não elegeram vereador. O PSB elegeu um vereador e só. A esquerda não tem uma representação expressiva na Câmara”, disse.
Ao analisar sobre a renovação das cadeiras da Câmara, José Ricardo apontou que o motivo pela baixa renovação dos nomes dos vereadores ocorreu por conta da redução no número de candidatos no pleito.
“Depois de muitas eleições, tivemos uma baixa renovação. Tivemos um percentual grande de reeleições. Agora tem menos candidatos por partido ou federação, os partidos concentram esforço para tentar reeleger os candidatos que já tem e não tem espaço para novos nomes”, disse.
Outro ponto que também foi comentado durante a entrevista foi o desempenho da gestão municipal. Apesar de ter admitido voto em David Almeida (Avante) no 2º turno, José Ricardo alegou que ainda há muito o que melhorar e fiscalizar na gestão.
O vereador eleito ainda comentou sobre as denúncias envolvendo a gestão de Almeida com contratos públicos supostamente direcionados para familiares. Para o vereador eleito, é preciso fiscalizar se as licitações, de modo geral, possuem irregularidades e o fator de ser ‘familiar’ do agente público não deve ser o peso maior para denúncias.
“Se você olhar esse orçamento da Prefeitura, que é de mais de 10 bilhões, metade é para pagar funcionários, aposentados. A outra metade são contratos, obras, reforma, alimentação escolar […]. Todo ano tem mais de 5 bilhões de contratos, todos interessados. Beneficiou ou favoreceu algum familiar, eu acho um absurdo. Todos os fornecedores são amigos de alguém […], a questão maior é fiscalizar isso, que tipo de licitação está sendo feito, se está superfaturado. As vezes ser parente de alguém não é o problema maior, o problema maior é o dinheiro não ser usado devidamente”, alegou.
Com relação a eleição da Mesa Diretora da CMM, José Ricardo afirmou que ainda precisa se atualizar dos nomes que pretendem disputar o cargo de presidente da Câmara. No programa, ele descartou a possibilidade de vir a disputar a cadeira.
“Tive conversas essa semana com Marcelo Serafim, para saber como está a votação da Mesa. Não fui procurado por ninguém e eu também estava cuidado da prestação de contas, finalizando tudo. Vou começar agora a tentar dialogar com outros vereadores, vou verificar com quem podemos conversar, vai ter tempo ainda”, afirmou.
Segundo o político, a figura do presidente da Câmara deve agir para fiscalizar a administração do prefeito de Manaus, uma vez que ‘não é funcionário do prefeito’.
“O presidente da Câmara não é para ser do time do prefeito, é para fiscalizar a cidade, teria que ter essa postura. Presidente que não direciona a Câmara para fiscalizar, talvez não esteja no caminho certo […]. Temos que cobrar a função do Poder Legislativo, ele não é apêndice do Executivo, os vereadores não são funcionários da prefeitura, quem paga os salários dos vereadores não é o prefeito”, destacou.
Confira o programa na íntegra:
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Por Camila Duarte
Ilustração: Marcus Reis
Revisão: Letícia Barbosa
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